Nesta sexta-feira (13), o Banco Central (BC) vendeu US$ 845 milhões de suas reservas internacionais em um leilão à vista, com o objetivo de frear a escalada do dólar comercial. A operação, a primeira desse tipo desde agosto, ocorreu pouco antes das 15h, quando a cotação da moeda norte-americana atingia R$ 6,07. Após a intervenção, o dólar desacelerou, sendo negociado a R$ 6,02 no fechamento do mercado. Atualmente, as reservas internacionais do Brasil somam US$ 363,6 bilhões.
A medida reflete a preocupação do BC com a volatilidade cambial, que tem sido intensificada por fatores como o risco fiscal no Brasil, a alta dos juros nos Estados Unidos e as incertezas globais. Na quinta-feira (12), o BC já havia leiloado US$ 4 bilhões, mas em uma modalidade de “linha”, em que parte do montante será recomprado nos próximos meses para reincorporar os valores às reservas. A venda desta sexta, no entanto, não prevê recompra, indicando uma atuação mais incisiva no mercado para conter a valorização da moeda norte-americana.
O dólar vinha oscilando ao longo do dia, chegando a ser negociado a R$ 5,99 pela manhã antes de inverter a trajetória e alcançar máximas acima de R$ 6,07. A intervenção ocorreu em um contexto de forte pressão sobre o câmbio, motivada pelo cenário econômico doméstico, incluindo o elevado endividamento público e dúvidas sobre a sustentabilidade fiscal, além de fatores externos, como a valorização global do dólar frente a outras moedas emergentes.
Essa estratégia do BC busca não apenas reduzir a pressão sobre o dólar, mas também minimizar os impactos inflacionários que uma moeda americana valorizada pode gerar. Contudo, especialistas alertam para os limites dessa abordagem, uma vez que vendas contínuas de reservas podem reduzir a capacidade de resposta da autoridade monetária a crises futuras.