A tentativa do governo de aumentar o IOF evidencia as dificuldades da equipe econômica em avançar com o ajuste fiscal, segundo avaliação do UBS Wealth Management. O episódio, marcado pela reação do Congresso, que derrubou os decretos presidenciais, e pela judicialização do tema via STF, mostrou que mesmo medidas que dispensam aval legislativo enfrentam forte resistência política e social.
Nesta sexta-feira (4), o ministro Alexandre de Moraes suspendeu os decretos que elevavam o IOF e também a decisão do Congresso, convocando uma audiência de conciliação entre Executivo, Legislativo e PGR para o dia 15 de julho. Para o UBS, o caso expõe a fragilidade do governo em implementar medidas de aumento de receita sem apoio amplo.
O banco também aponta que há pouca disposição para conter o avanço das despesas obrigatórias, o que dificulta o cumprimento das metas do novo arcabouço fiscal. Até o momento, a única proposta em discussão é a redução de benefícios fiscais — uma promessa recorrente ainda não efetivada.
O UBS alerta ainda que a instabilidade fiscal pode afetar a política monetária. A ata do Copom já destacou o debate sobre a necessidade de ajuste estrutural nas contas públicas, observando que a percepção do mercado sobre a dívida e os riscos associados influencia diretamente os juros e o comportamento dos investidores.