(Por Letícia Bogéa – Analista de Economia do Boletim Nacional/
Com a Selic em 15% ao ano – o maior patamar em quase duas décadas – muita gente corre para a renda fixa, afinal, com os juros altos a renda fixa fica muito atrativa. Mas será que isso, sozinho, é suficiente para construir um patrimônio sólido?
Investir com foco no curto prazo pode até parecer seguro, mas é o longo prazo que transforma e gera mais resultado. É ali que os ativos de qualidade – ações, fundos, imóveis – mostram seu potencial.
Oscilações são inevitáveis. O mercado sempre vai oscilar e, sim, o investidor precisa estar atento a isso. Mas enquanto muitos recuam no primeiro sinal de instabilidade, investidores conscientes enxergam oportunidade onde outros veem risco.
O que vai definir seu futuro financeiro é a forma como você lida diante das instabilidades do mercado. Quem tem paciência e não se afoba, sem dúvida, está à frente. Isso não quer dizer que você não vai nunca perder (isso na vida real não existe), mas, se você tem uma carteira diversificada você saberá que enquanto você perde com um ativo, você ganha com o outro.
A chave não está em prever o próximo movimento do mercado, mas em como você se posiciona diante dele. E é aí que a verdadeira construção de patrimônio começa. É aí que você para e pensa: “agora eu mudei a mentalidade e agora eu não vou mais parar, pois criei o ritmo”.
Quem diversifica, entende o jogo. Quem foca só na taxa de juros, vive de susto. A Selic alta pode ser uma aliada, mas nunca o centro da sua estratégia. O verdadeiro jogo está no equilíbrio: renda fixa para proteger, renda variável para multiplicar, mas sempre alinhado ao seu perfil e aos seus objetivos.
Não busque o “momento perfeito”. Ele é uma ilusão que só adia seus planos. O que constrói de fato é clareza, constância e tempo. Invista com intenção, porque o futuro financeiro que você quer nasce das escolhas que você faz hoje.
