O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (8) que a inflação deve retornar ao intervalo de tolerância da meta estabelecida pelo Banco Central (BC) em 2026. A meta para o ano é de 3%, com variação permitida entre 1,5% e 4,5%. “Acredito, tranquilamente, que a inflação já estará dentro da banda no ano que vem”, disse em entrevista ao portal Metrópoles.
A estimativa do ministro está em linha com as projeções do mercado. De acordo com o último Relatório Focus, divulgado pelo BC, a expectativa é que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre 2026 em 4,5%, no limite superior do intervalo da meta.
Haddad também destacou a trajetória de desaceleração da inflação nos últimos meses. O IPCA, que subiu 1,31% em fevereiro, apresentou variações menores nos meses seguintes: 0,56% em março, 0,43% em abril e 0,26% em maio. Para junho, a previsão do Focus é de nova desaceleração, com alta de 0,23%. A expectativa é de deflação em alimentos e bens industriais, além de redução nos preços da gasolina, refletindo cortes recentes nas refinarias.
Em relação à taxa Selic, atualmente em 15% ao ano, Haddad afirmou que cabe ao Banco Central avaliar o comportamento da inflação para decidir sobre possíveis cortes. Ele ponderou que ainda é cedo para avaliar a futura gestão de Gabriel Galípolo, indicado para a presidência do BC, e ressaltou que o atual ciclo de aperto monetário foi iniciado em dezembro de 2024, sob comando de Roberto Campos Neto.
Na última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou os juros em 0,25 ponto percentual e sinalizou que, por ora, manterá a Selic em 15% por um período prolongado, com o objetivo de conter pressões inflacionárias. Apesar da pausa no aperto, o comitê indicou que continuará monitorando o cenário e que pode retomar os ajustes, caso considere necessário.