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Goldman alerta: economia brasileira está desalinhada e precisa de ampla reformulação

Para o Goldman, o Brasil adota política fiscal frouxa e juros altos, o que distorce o câmbio e fragiliza a economia

O Goldman Sachs alertou, em relatório divulgado nesta sexta-feira (18), que a economia brasileira está “fora de sincronia” e precisa de um ajuste fiscal permanente para evitar desequilíbrios internos e externos. O banco aponta inflação acima da meta, expectativas desancoradas, aumento da dívida pública e deterioração do saldo em transações correntes como sinais de fragilidade macroeconômica.

Segundo a análise, o atual cenário combina uma política fiscal expansionista com política monetária restritiva, o que fortalece o real no curto prazo, mas compromete a sustentabilidade da moeda no médio prazo. O relatório afirma que apenas o aumento dos juros não será suficiente para controlar a inflação e estabilizar as contas externas.

Para o banco, é necessário um ajuste fiscal estrutural e duradouro, que reduza a demanda interna, contenha pressões inflacionárias e mantenha o déficit externo em níveis sustentáveis. Essa combinação de medidas resolveria o descompasso entre as políticas fiscal e monetária, conforme o modelo teórico de Robert Mundell.

Enquanto o governo não apresenta medidas concretas de corte de gastos ou aumento de receitas para gerar superávits primários, o peso da estabilização recai sobre o Banco Central. O Goldman ressalta que juros reais elevados são necessários no curto prazo, mas não bastam sem um compromisso claro com a consolidação fiscal. A incerteza sobre essa trajetória eleva o risco nos títulos públicos, exigindo maiores retornos por parte dos investidores.

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