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Morgan Stanley prevê dólar em queda e juros estáveis nos EUA em 2025

Apesar do cenário macroeconômico desafiador, o Morgan Stanley mantém uma perspectiva positiva para o mercado acionário norte-americano

Ao contrário do desejo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o Federal Reserve não deve reduzir as taxas de juros em 2025, segundo projeções do Morgan Stanley. Em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada nesta terça-feira (22), o economista-chefe do banco americano, Seth Carpenter, também estimou que o dólar pode cair mais de 10% diante de uma possível flexibilização monetária futura.

De acordo com Carpenter, o impacto inflacionário gerado pela guerra comercial promovida pelos EUA deve atingir seu pico apenas nos próximos meses. As tarifas adotadas tendem a elevar a inflação e ao mesmo tempo frear o crescimento econômico, criando um dilema para o Fed, que verá sinais divergentes na economia. “A inflação estará acima do que o Fed considera desejável, enquanto o mercado de trabalho deve permanecer saudável. Nesse cenário, o banco central não terá pressa em cortar os juros”, explicou.

O economista também apontou as restrições severas à imigração adotadas pelo governo Trump como um fator que limita a oferta de mão de obra, sustentando a rigidez do mercado de trabalho. Ele acrescentou que os efeitos inflacionários das tarifas são distintos nos EUA em relação a outras economias, o que exigirá uma resposta específica do Fed.

Carpenter acredita que a inflação provocada por tarifas é temporária, e que a autoridade monetária poderá cortar juros com mais segurança a partir de 2026. Segundo ele, uma queda de aproximadamente 10% no valor do dólar é um cenário razoável, especialmente se o Fed cortar juros além do que o mercado espera, o que poderia impulsionar a moeda americana para baixo e beneficiar países emergentes, como o Brasil.

Apesar do cenário macroeconômico desafiador, o Morgan Stanley mantém uma perspectiva positiva para o mercado acionário norte-americano. A desvalorização do dólar e mudanças recentes em regras tributárias devem favorecer os lucros das empresas, segundo Carpenter. Para ele, a questão central será quanto do capital internacional continuará sendo alocado nos Estados Unidos, e não uma retirada em massa de recursos por parte de investidores europeus ou asiáticos.

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