A Azul Linhas Aéreas anunciou nesta quarta-feira (23) que duas aeronaves Airbus A330-900neo, incorporadas de forma emergencial à sua frota no ano passado, foram definitivamente retiradas de serviço e não farão mais parte da malha operacional da companhia. Os aviões, anteriormente operados pela AirAsia, foram utilizados em rotas de longa distância para os Estados Unidos, principalmente a partir dos aeroportos de Viracopos, Confins e Recife.
Esses modelos foram adquiridos em meio a um cenário de escassez global de aeronaves para leasing, causado pela lenta recuperação da cadeia de produção no pós-pandemia e pela alta demanda por aviões de fuselagem larga. A decisão permitiu que a Azul mantivesse sua malha internacional ativa enquanto aguardava a chegada de novos jatos ou o retorno de aeronaves próprias em manutenção prolongada.
No entanto, as aeronaves mantinham a configuração original da companhia asiática, com um padrão inferior ao adotado pela Azul. O interior era mais simples, sem sistema de entretenimento individual e com assentos de classe executiva de reclinação limitada, destoando do conforto oferecido pelos demais widebodies da frota. A ausência de retrofit gerou críticas dos passageiros e motivou a companhia a rever sua estratégia.
Em comunicado, a Azul afirmou que a decisão de retirar os A330-900neo foi baseada no feedback dos clientes e reflete o compromisso da empresa em manter um padrão elevado de conforto e experiência a bordo. As duas aeronaves realizaram 689 voos para Orlando e Fort Lauderdale, com o último trecho operado em maio deste ano.
A companhia ressaltou que o uso desses aviões foi crucial em um momento crítico para a indústria, marcado por baixa disponibilidade de aeronaves e escassez de motores. Apesar disso, reforçou que a desativação não impactará a malha atual, já que os aviões estavam fora de operação há alguns meses.
Atualmente, a Azul mantém voos internacionais para doze destinos na América do Sul, Estados Unidos e Europa. Entre as novidades estão rotas para Madri, partindo de Campinas e Recife, e a ligação inédita entre Recife e Porto, em Portugal. Para a alta temporada de julho, a empresa ampliou em 70% a oferta internacional em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando mais de 200 mil assentos entre partidas e chegadas.
