Por Letícia Bogéa – Analista de Economia do Boletim Nacional
“Quero começar a investir, mas como fazer isso?” Essa é uma pergunta que já me fizeram algumas vezes. Pare e responda: se amanhã você perder sua principal fonte de renda, por quanto tempo conseguiria manter o padrão de vida da sua família com seus próprios recursos? Se a resposta não for de, no mínimo, três meses (e seis meses, caso tenha filhos ou outras pessoas que dependam de você), o seu primeiro investimento precisa ser a reserva de emergência.
É ela que vai segurar as pontas quando surgirem os imprevistos que ninguém gosta de prever, mas que sempre acontecem: carro quebrado, desemprego, problema de saúde, conserto da casa, entre outros. Grave essa frase: os imprevistos são previstos. Isso pode mudar seu pensamento a partir de hoje e fazer você agir!
Como construir sua reserva?
• Calcule o valor dos seus gastos mensais essenciais (moradia, alimentação, transporte, saúde).
• Multiplique por 3 se mora sozinho ou por 6 se tem filhos ou dependentes.
• Guarde esse valor em um investimento seguro, líquido e de baixo risco, como Tesouro Selic ou CDBs com liquidez diária.
Reserva de emergência concluída
Depois da reserva feita, é hora de montar uma carteira diversificada e alinhada aos seus objetivos.
Quando você investe de forma planejada e faz aportes regulares, garante um crescimento financeiro sólido. Invista como se fosse o boleto da escola do seu filho ou o aluguel do seu apartamento: todo mês, sem falta. A constância é que vai fazer a diferença e trazer resultado no longo prazo.
Qualquer pessoa pode começar. Com qualquer valor. Não se prenda a valor. Foque no aplicar mensalmente. A chave muda aí. Não é sobre o quanto entra, mas como você enxerga o dinheiro, como você lida com ele.
Se você carrega crenças negativas como “isso não é para mim” ou “investir é só para quem tem muito”, cuidado: essa mentalidade sabota você antes mesmo do primeiro passo. Ou seja, seu maior inimigo acaba sendo sua própria mente. Por isso é tão importante fazer a reprogramação da mente antes de qualquer outra coisa
Investir é ter maturidade financeira e autorresponsabilidade. É reconhecer que a construção do seu futuro depende das escolhas que você faz hoje – e que ninguém além de você pode assumir esse papel.
A liberdade que você busca vem quando você começa a investir.
“Eu quero liberdade, mas será que estou disposto a fazer o que ela exige?” Finalizo deixando essa frase como forma de reflexão.