O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) declarou que o Brasil segue disposto a dialogar com os Estados Unidos sobre questões comerciais, mesmo após o presidente norte-americano, Donald Trump, confirmar que não pretende adiar o início das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e de outros parceiros comerciais a partir de 1º de agosto.
Em nota divulgada neste domingo (27), a pasta, comandada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que coordena as medidas de resposta ao tarifaço, destacou que o governo brasileiro busca manter um debate “sem contaminação política ou ideológica” e que a soberania e o estado democrático de direito do país são inegociáveis.
As declarações de Trump foram feitas durante um encontro com Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, na Escócia. Na ocasião, o republicano anunciou um acordo com a União Europeia para reduzir de 30% para 15% as tarifas sobre exportações do bloco, mantendo, no entanto, a sobretaxa de 50% para o aço e o alumínio.
Enquanto isso, equipes técnicas do MDIC, da Fazenda e do Itamaraty trabalham em um plano de contingência com cerca de 30 medidas para mitigar os impactos do aumento tarifário. O pacote será apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a partir desta segunda-feira (28).
Segundo o ministério, Brasil e Estados Unidos mantêm uma relação econômica “robusta e de alto nível” há mais de 200 anos, e o governo busca preservar e fortalecer essa parceria histórica, mesmo diante do novo cenário de tensões comerciais.