Economistas consultados pelo Banco Central projetam que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter a taxa Selic em 15% na reunião que começa nesta terça-feira (29), com decisão programada para ser anunciada no dia seguinte. A expectativa foi reforçada pelo boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (28), que indica estabilidade da taxa básica de juros até o fim do ano.
Se a previsão se confirmar, o Copom encerrará uma sequência de aumentos iniciada há sete reuniões. Em julho do ano passado, a taxa estava em 10,5% e passou por sucessivos ajustes até atingir o nível atual. As altas mais expressivas ocorreram entre novembro e março, quando os aumentos chegaram a um ponto percentual por encontro, levando a Selic para 14,25%. Posteriormente, os ajustes foram mais graduais até alcançar os 15% vigentes desde junho.
O boletim Focus também aponta que a taxa deve recuar gradualmente nos próximos anos, chegando a 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028.
Quanto à inflação, a projeção para o IPCA deste ano caiu pela nona semana consecutiva, de 5,10% para 5,09%, mas ainda permanece acima do teto da meta oficial, que é de 4,5%. O centro da meta é 3%, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o IPCA-15 — considerado prévia da inflação — subiu 0,33% em julho, após alta de 0,26% em junho. O resultado foi pressionado principalmente por aumentos na energia elétrica (3,01%) e nas passagens aéreas (19,86%), enquanto itens como alimentação no domicílio e gasolina apresentaram queda.
Além disso, os economistas reduziram a estimativa para o dólar neste ano, que passou de R$ 5,65 para R$ 5,60. A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 foi mantida em 2,23%, e a de 2026 subiu ligeiramente de 1,88% para 1,89%.