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Carne bovina atinge preço recorde nos EUA

Segundo a CNN, os preços da carne bovina acumulam alta de quase 9% desde janeiro

Depois do ovo, agora é a carne que se torna artigo de luxo para os americanos. A gripe aviária elevou o preço dos ovos em 2024, e em 2025 a proteína animal mais consumida nos Estados Unidos enfrenta inflação recorde. O aumento está ligado a dois fatores principais: a redução histórica do rebanho bovino norte-americano e o anúncio de tarifas de 50% sobre a carne brasileira, maior exportador mundial do produto.

Segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o rebanho de gado e vacas de corte do país está 1% menor do que em 2023, atingindo o menor patamar dos últimos 25 anos. Com a oferta doméstica limitada e a iminência de tarifas adicionais sobre a carne brasileira, os preços dispararam. Um relatório do Itaú BBA apontou alta de 3% no preço da carne moída apenas em julho, reflexo do cenário restritivo.

A CNN reporta que os preços da carne bovina acumulam elevação de quase 9% desde janeiro, com a libra vendida no varejo a US$ 9,26. O índice de preços ao consumidor de junho mostrou avanços ainda maiores: os bifes subiram 12,4% e a carne moída 10,3% na comparação com o mesmo mês de 2024.

O impacto tarifário preocupa exportadores brasileiros. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) — que reúne gigantes do setor como JBS e Marfrig — calcula perdas de até US$ 1 bilhão se as tarifas de 50% forem implementadas. Os Estados Unidos são o segundo maior destino da carne bovina do Brasil, atrás apenas da China.

Em evento transmitido nesta terça-feira, o presidente da Abiec, Roberto Perosa, afirmou que a entidade está em diálogo com parlamentares americanos para tentar reverter ou amenizar a medida. A negociação será crucial para o setor, que teme retração nas exportações e impactos diretos sobre preços e competitividade no mercado internacional.

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