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Copom deve manter estratégia de pausa e cautela, avalia XP

Para a corretora, o primeiro corte da Selic só deve ocorrer em janeiro de 2026, quando as condições para convergência da inflação forem mais claras

A XP Investimentos avalia que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve interromper o ciclo de altas da Selic na reunião desta semana e adotar postura de cautela, seguindo a estratégia de “esperar para ver”. Segundo os economistas Caio Megale, Alexandre Maluf e Rodolfo Margato, a política monetária contracionista já produz efeitos na economia, refletidos na valorização de cerca de 10% do real no ano e em sinais de desaceleração da demanda doméstica, especialmente em setores sensíveis ao crédito.

Apesar da melhora no cenário inflacionário — com recuo das expectativas no Boletim Focus e deflação no atacado —, os economistas destacam que os indicadores ainda estão acima da meta. O mercado de trabalho segue aquecido e a capacidade da indústria permanece próxima de máximas históricas.

Além disso, a XP projeta que a política fiscal deve ganhar viés expansionista no segundo semestre, com aumento de despesas primárias e estímulos ligados a crédito e investimentos, além do impacto incerto das tarifas impostas pelos Estados Unidos.

Para a corretora, o primeiro corte da Selic só deve ocorrer em janeiro de 2026, quando as condições para convergência da inflação forem mais claras. A projeção é que a taxa básica encerre 2026 em 12,50%, após cinco reduções consecutivas de 0,50 ponto percentual. Até lá, o Copom deve manter o tom contracionista para assegurar a desinflação e poderá retomar altas de juros se o cenário exigir.

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