Autoridades do governo Luiz Inácio Lula da Silva iniciaram nesta quarta-feira (30) a análise detalhada do decreto assinado pelo presidente norte-americano Donald Trump que impõe tarifas de 50% sobre uma ampla gama de produtos exportados pelo Brasil. O texto, publicado pela Casa Branca, inclui 694 exceções, contemplando itens estratégicos da pauta brasileira como derivados de petróleo, suco de laranja e peças para aeronaves civis.
A avaliação está sendo conduzida por técnicos dos principais ministérios envolvidos no comitê criado pelo governo para formular a resposta ao tarifaço. Também participam representantes de pastas setoriais que lidam diretamente com os segmentos impactados. O Palácio do Planalto, por enquanto, optou por não se pronunciar oficialmente, à espera de estimativas mais precisas sobre o impacto econômico da medida.
De acordo com o decreto, a justificativa apresentada pelos Estados Unidos é de “segurança nacional”. O documento ainda prevê que as tarifas poderão ser revistas caso o governo brasileiro adote um posicionamento mais alinhado a Washington ou endurecidas na hipótese de retaliações por parte do Brasil, numa lógica de reciprocidade.
O anúncio das tarifas ocorre em meio ao aumento das tensões comerciais entre os dois países e deve orientar a política externa e econômica brasileira nos próximos meses, com negociações previstas para tentar minimizar os efeitos sobre setores-chave da balança comercial.
