O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou nesta quarta-feira (30) que o governo mantém a expectativa de cumprir a meta fiscal de 2025, que prevê resultado primário zerado. Pela regra vigente, há uma margem de tolerância que permite déficit de até R$ 31 bilhões.
No último relatório bimestral de reavaliação do Orçamento, a projeção oficial apontou um déficit de R$ 26,3 bilhões até o fim do ano, número que se enquadra dentro desse limite. Ceron destacou que a situação fiscal atual é mais favorável que em períodos anteriores: “Neste momento, com as informações disponíveis e olhando para o restante do ano, temos boas condições de atingir a meta, com um grau de segurança maior que o observado em outros momentos”, disse em coletiva de imprensa.
Para alcançar o resultado previsto, o governo conta com receitas adicionais estimadas em quase R$ 15 bilhões, que devem vir do leilão de áreas de petróleo do pré-sal não contratadas, previsto para novembro. Questionado sobre um possível plano alternativo caso o leilão não se concretize, Ceron explicou que a equipe econômica poderá buscar outras fontes de arrecadação ou adotar medidas de contingenciamento, mas ressaltou que esse cenário não é considerado no momento.
Durante a apresentação do resultado de junho das contas públicas, Ceron também comentou a evolução das despesas do Poder Executivo, que fecharam o mês em 18,24% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo ele, julho deve registrar um aumento temporário por causa do pagamento de precatórios, mas a tendência de queda em relação aos anos anteriores — quando o índice oscilava entre 19% e 20% do PIB — permanece.
A análise do Tesouro reforça o compromisso do governo com a meta fiscal e indica que o cenário fiscal segue sob controle, apesar das incertezas sobre receitas extraordinárias e da pressão sobre gastos obrigatórios.