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PGR, PF e CGU acionadas para apurar negócio entre Master e BRB

A controvérsia ocorre em meio à análise do negócio pelo Banco Central e pressiona ainda mais a relação entre o governo do DF e opositores

A compra de 49% do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) voltou a ganhar contornos políticos nesta quarta-feira (30), após o pré-candidato ao governo do Distrito Federal Ricardo Cappelli (PSB) acionar a Procuradoria-Geral da República (PGR), a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) com pedidos formais de investigação sobre a operação.

Cappelli, que preside a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial e é adversário político do governador Ibaneis Rocha — cuja gestão é acionista majoritária do BRB —, afirma que a transação, estimada em R$ 2 bilhões, foi conduzida sem autorização do Legislativo e apresenta riscos de insolvência. Ele sustenta que ativos do Master, controlado pelo banqueiro Daniel Vorcaro, estariam depreciados e sujeitos a “gestão temerária e fraudulenta”.

Nos documentos encaminhados aos órgãos de controle, o PSB e Cappelli apontam ainda indícios de pressão política sobre entidades responsáveis por avaliar o negócio, como o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A diretoria do BC, segundo apurações recentes, estaria dividida em relação à aprovação da operação.

À Polícia Federal, a notícia-crime cita possíveis delitos que vão de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional e de responsabilidade a prevaricação e coação. Em um dos trechos do pedido, Cappelli questiona a justificativa econômica da compra:

“Por que um banco estatal compraria o Master, sendo este um ativo que ninguém mais quer? A motivação real — jamais dita em público — indica ser simples: salvar o banqueiro. Ou seja, tal operação é um verdadeiro resgate político-financeiro patrocinado pelo contribuinte, com indícios de uso de recursos públicos para um fim particular.”

A controvérsia ocorre em meio à análise do negócio pelo Banco Central e pressiona ainda mais a relação entre o governo do DF e opositores que veem a transação como um risco fiscal e reputacional para o banco estatal.

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