O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, afirmou nesta quinta-feira (7) que o governo americano projeta arrecadar cerca de US$ 50 bilhões (aproximadamente R$ 273 bilhões) por mês com a nova rodada de tarifas de importação impostas pelo presidente Donald Trump. A estimativa considera o impacto das cobranças elevadas sobre produtos de dezenas de países.
Durante entrevista à Fox Business Network, Lutnick destacou que o aumento na arrecadação virá não apenas das tarifas já em vigor, mas também de novos tributos sobre setores estratégicos. “Depois ainda virão os semicondutores, os farmacêuticos e outras fontes de receita tarifária”, afirmou.
Questionado sobre a possibilidade de o prazo para um acordo tarifário com a China, que se encerra em 12 de agosto, ser prorrogado, o secretário sinalizou que há espaço para negociação. “Acho provável que estendam por mais 90 dias, mas essa decisão caberá à equipe comercial e ao presidente”, disse.
As novas tarifas dos EUA contra 69 países entraram em vigor nesta quinta-feira e variam de 10% a 41%, com alíquotas distintas dependendo do país:
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Síria: 41%
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Suíça: 39%
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África do Sul: 30%
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Venezuela: 15%
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Taiwan: 20%
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Lesoto: 15% (após ameaça de 50%)
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Demais países: mantêm a tarifa-base de 10%
A Índia também entrou na mira do tarifaço: começou a ser taxada em 25% nesta quinta-feira e terá uma tarifa extra de 25% aplicada dentro de 20 dias, como resposta à compra contínua de petróleo russo pelo país asiático.
Além dessas medidas, Trump anunciou na quarta-feira (6) uma tarifa de aproximadamente 100% sobre todos os chips semicondutores importados pelos Estados Unidos. Segundo ele, a medida visa proteger a indústria nacional e se aplicará apenas às empresas que não fabricam os componentes em território americano. “Quem não produzir nos EUA pagará caro”, declarou o presidente.