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Consultoria aponta falhas em proposta do BRB para compra de fatia do Banco Master

Governo do Distrito Federal enviou projeto de lei para que BRB, banco estatal, compre fatia do banco Master

O projeto que autoriza o Banco de Brasília (BRB) a adquirir parte do Banco Master, avaliado em cerca de R$ 2 bilhões, ganhou novos obstáculos. Além da análise em andamento no Banco Central, a operação agora enfrenta críticas da Consultoria Legislativa da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), que considerou o texto enviado pelo governo local inadequado do ponto de vista orçamentário e financeiro.

O parecer, divulgado nesta segunda-feira (18) a pedido do deputado Fábio Felix (PSOL), afirma que a proposta não detalha a previsão de despesas no Orçamento de Investimentos nem especifica o valor exato a ser desembolsado. Diante disso, a recomendação dos técnicos é que a matéria não seja votada até que os parlamentares recebam informações mais completas.

A pressão política se soma a uma disputa judicial. Na semana passada, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal atendeu a uma ação do Ministério Público e barrou novamente a assinatura do contrato definitivo de compra, sustentando que a operação não poderia avançar sem autorização legislativa e sem aval dos acionistas do BRB.

Enquanto o impasse segue, o Banco Master lida com seus próprios desafios. Sob comando do banqueiro Daniel Vorcaro, a instituição se destacou por um crescimento acelerado desde 2021, multiplicando por dez o patrimônio e quintuplicando a carteira de crédito, impulsionada pela emissão de CDBs com remuneração agressiva — até 140% do CDI. Essa estratégia, embora tenha atraído investidores, também acendeu alertas no mercado e no BC, especialmente pelo perfil de risco e pelas aquisições de participações em empresas em dificuldades financeiras.

Vorcaro, pressionado por dívidas, prepara a venda de aproximadamente R$ 1 bilhão em ativos para reforçar o caixa do Master. Mesmo assim, a proposta de aquisição pelo BRB segue sob escrutínio. Em entrevista ao Estadão, o presidente do banco estatal, Paulo Henrique Costa, defendeu a transação como uma decisão técnica, sem interferência política, e baseada em sinergias entre os produtos e carteiras das duas instituições.

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