O economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida, avaliou que a combinação de inflação em queda e desemprego em níveis historicamente baixos abre espaço para um cenário mais favorável do que o esperado para o Brasil. Para ele, a sinalização de um plano fiscal robusto pelos presidenciáveis de 2026 já seria suficiente para provocar uma reação imediata nos mercados, mesmo antes da eleição.
Segundo Mansueto, não é necessário apresentar um pacote detalhado neste momento, mas sim indicar que, após o pleito, haverá medidas duras para conter o avanço das despesas obrigatórias e estabilizar a dívida pública. “O simples compromisso em reduzir o ritmo dos gastos já teria impacto positivo imediato”, afirmou em entrevista ao Valor Econômico.
Ele destacou que, no início do ano, as projeções apontavam inflação de até 6% em 2025, mas agora a estimativa do BTG recuou para 4,8%, abaixo do índice oficial de 2024 (4,83%). O economista ressaltou que o ponto fora da curva foi a combinação de queda no desemprego com desaceleração inflacionária, resultado que surpreendeu analistas.
Sobre juros, Mansueto disse que o banco ainda projeta cortes apenas a partir de janeiro de 2026, mas admite que, caso os próximos dados de inflação confirmem a tendência de baixa, o Banco Central pode antecipar o início do ciclo para o fim de 2025.