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IPCA-15 tem primeira deflação em dois anos e acumula alta de 4,95% em 12 meses

IPCA-15 tem deflação de 0,14% em agosto, primeira em dois anos, mas inflação acumulada em 12 meses segue em 4,95%

O IBGE divulgou nesta terça-feira (26) que o IPCA-15, prévia da inflação oficial do país, registrou deflação de 0,14% em agosto, após alta de 0,33% em julho. Foi a primeira queda do índice em mais de dois anos — a última havia sido em julho de 2023, quando o recuo foi de 0,07%. O resultado surpreendeu parcialmente o mercado, que projetava uma deflação maior, de 0,20%, segundo levantamento da Bloomberg.

Com o desempenho de agosto, o IPCA-15 acumula alta de 4,95% nos últimos 12 meses, abaixo dos 5,30% observados até julho. O principal fator para a trégua inflacionária veio do alívio temporário nas contas de energia elétrica, influenciado pelo desconto gerado pelo bônus de Itaipu.

Analistas, no entanto, ressaltam que o efeito é pontual e tende a desaparecer a partir de setembro. Outro vetor de queda veio dos alimentos, com preços menores de itens como arroz, feijão, ovos, frutas e hortaliças, resultado de maior oferta no campo.
Há ainda a avaliação de que a redução das exportações para os Estados Unidos, após o tarifaço do governo Trump, pode afetar o comportamento dos preços no Brasil.

A lógica é que o aumento da oferta doméstica de produtos antes destinados ao mercado externo tende a segurar a inflação no curto prazo. Porém, esse movimento também pode pressionar o dólar em um segundo momento, caso reduza o fluxo de divisas.

Por ser divulgado antes, o IPCA-15 funciona como indicador antecipado do IPCA cheio, que é a inflação oficial do país. A diferença está no período de coleta: no caso de agosto, os preços foram levantados entre 16 de julho e 14 de agosto.

As projeções do mercado continuam em trajetória de queda. Segundo o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central na segunda-feira (25), a expectativa é de inflação de 4,86% em 2025. Embora abaixo das estimativas de meses anteriores, o patamar segue acima do teto da meta de 4,5% definida pelo Conselho Monetário Nacional.

Desde este ano, o BC passou a adotar o regime contínuo de metas, que considera descumprido o objetivo quando o índice acumulado ficar por seis meses seguidos fora do intervalo de tolerância, entre 1,5% e 4,5%, cujo centro é de 3%.

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