O Pix voltou a ser alvo de discussões após um ataque hacker registrado na última sexta-feira contra uma empresa que conecta bancos ao Banco Central. Apesar de não haver indícios de vazamento de dados pessoais, o episódio reacende a preocupação dos clientes que ficam sem acesso ao serviço ou se tornam vítimas de golpes.
Para aumentar a proteção dos usuários, o Banco Central anunciou uma atualização no Mecanismo Especial de Devolução (MED), ferramenta usada para recuperar valores em caso de fraude. Com a mudança, a devolução do dinheiro poderá ocorrer em até 11 dias após a contestação, ampliando o alcance da investigação para rastrear o caminho dos recursos desviados.
Atualmente, o MED só bloqueia os valores na conta que recebeu o Pix original. O problema é que, em muitos casos, os criminosos transferem rapidamente os recursos para outras contas, dificultando a recuperação. A nova versão vai permitir rastrear todas as transações feitas a partir da fraude, aumentando as chances de devolução.
Além disso, os bancos deverão criar um botão específico na área do Pix para que os clientes possam registrar o golpe de forma mais ágil. A funcionalidade começa a ser disponibilizada em 23 de novembro de 2025 e será obrigatória para todas as instituições a partir de 2 de fevereiro de 2026.
Como pedir a devolução do Pix em caso de fraude
O Banco Central orienta que o pedido seja feito em até 80 dias após a transação. Confira o passo a passo:
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O cliente registra a reclamação diretamente no banco ou instituição financeira;
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A instituição analisa o caso. Se houver indício de fraude, os valores disponíveis na conta do recebedor são bloqueados;
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A análise deve ser concluída em até 7 dias. Se não for identificada fraude, os recursos são liberados ao recebedor. Caso seja comprovado o golpe, o valor é devolvido em até 96 horas, de forma integral ou parcial, se houver saldo;
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Se a devolução não ocorrer de forma completa, o banco do fraudador terá que realizar novos bloqueios ou devoluções parciais sempre que entrar dinheiro na conta, até que o valor total seja devolvido ou até 90 dias após a transação original.
O desafio é enorme: só em 2024, o Pix movimentou R$ 26,46 trilhões e registrou cerca de 400 mil fraudes por mês, segundo o Banco Central. A expectativa é que a atualização do MED torne o processo mais rápido e eficiente, reduzindo prejuízos para os clientes.