O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou neste domingo (31) que a forma de governar do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem dificultado ao Brasil encontrar uma saída para negociar as tarifas impostas recentemente contra produtos brasileiros.
Em entrevista ao programa Canal Livre, da BandNews, Haddad classificou a postura americana como “errática” e altamente centralizada na figura do presidente, sem participação efetiva de outras instituições. “O governo dos EUA tem tido uma postura errática em temas variados e está centralizado em uma pessoa só. Você não ouve falar do Congresso, sai tudo de uma cabeça. É um modo de governar sem precedentes naquele país”, disse.
Apesar das críticas, o ministro se mostrou otimista com uma possível mudança de cenário, principalmente após a divulgação de mensagens trocadas entre o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o ex-presidente Jair Bolsonaro, no âmbito do processo que investiga tentativa de golpe de Estado. Haddad acredita que a repercussão pode chegar à Casa Branca e abrir espaço para diálogo.
“Acredito que depois da quebra de sigilo… O governo americano pode até fingir que não viu, mas viu. Vai ter de informar à Casa Branca o que está acontecendo aqui. Aquela troca de mensagens entre filhos e pai já deve ter chegado ao governo dos EUA. Se conheço bem ali, o estado vai distensionar”, afirmou.
Para o ministro, as tarifas impostas por Trump são injustas e sem lógica econômica. “Não é apenas injusta. Não é racional. Não tem lógica econômica. Penso que vai se abrir espaço para negociação, a não ser que alguém sugira ao presidente americano que uma escalada de sanções traga alguma vantagem. Não acredito que vá acontecer, mas pode acontecer”, completou Haddad.