A economia brasileira avançou 0,4% no segundo trimestre de 2025 (2T25) em relação aos três primeiros meses do ano, segundo dados divulgados pelo IBGE. O Produto Interno Bruto (PIB) somou R$ 3,2 trilhões em valores correntes, o maior patamar já registrado desde o início da série histórica, em 1996.
O resultado veio ligeiramente acima da expectativa de mercado, que projetava alta de 0,3%, puxada pela expansão do setor de Serviços (+0,6%) e da Indústria (+0,5%), que compensaram a queda da Agropecuária (-0,1%). Na comparação anual, o PIB cresceu 2,2%.
Pelo lado da demanda, o destaque foi o Consumo das Famílias, que subiu 0,5% apoiado pelo crescimento dos salários reais e pela continuidade dos programas de transferência de renda. Já o Consumo do Governo caiu 0,6% e os Investimentos recuaram 2,2%, reflexo da política monetária restritiva com a Selic a 15% ao ano, que encarece o crédito e afeta setores como Construção e Indústria de Transformação.
No setor externo, as exportações avançaram 0,7%, enquanto as importações recuaram 2,9%, contribuindo positivamente para o desempenho do PIB.
Entre os segmentos de Serviços, houve expansão em atividades financeiras e de seguros (+2,1%), informação e comunicação (+1,2%), transporte e armazenagem (+1,0%) e atividades imobiliárias (+0,3%). O comércio ficou estável e as áreas de administração pública, saúde e educação registraram queda de 0,4%.
Na Indústria, o resultado foi sustentado pela forte alta de 5,4% nas indústrias extrativas, impulsionada pela exportação de commodities. Em contrapartida, houve retração em eletricidade e gás (-2,7%), indústrias de transformação (-0,5%) e construção (-0,2%).
Segundo Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, o resultado indica uma desaceleração do crescimento após a série de altas da taxa de juros iniciada em setembro de 2024. “As atividades ligadas ao crédito, como construção e produção de bens de capital, foram mais afetadas. Já os serviços, especialmente tecnologia e transporte, mostraram resiliência”, explicou.