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Produção industrial recua 0,2% em julho e mostra perda de fôlego

Produção industrial brasileira recua 0,2% em julho, mostra IBGE

A produção industrial brasileira caiu 0,2% em julho na comparação com junho, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado confirma a expectativa de economistas consultados pela Reuters, que projetavam retração de mesma magnitude. Em relação a julho de 2024, houve leve crescimento de 0,2%.

Mesmo com o avanço anual, a indústria mantém trajetória predominantemente negativa desde abril, acumulando perda de 1,5% no período. Ainda assim, o setor opera 1,7% acima do patamar pré-pandemia, mas segue 15,3% abaixo do pico histórico registrado em maio de 2011. No acumulado de 2025, a alta é de 1,1% frente ao mesmo período do ano anterior, enquanto em 12 meses o crescimento é de 1,9%.

De acordo com o gerente da pesquisa, André Macedo, o desempenho reflete os impactos da política monetária restritiva, que encarece o crédito, pressiona a inadimplência e limita o consumo e os investimentos. “A indústria está apenas 0,3% acima do nível de dezembro de 2024, o que mostra a perda de intensidade no ritmo de crescimento”, afirmou.

Entre as 25 atividades pesquisadas, 13 apresentaram queda em julho. O maior impacto veio da metalurgia (-2,3%), interrompendo dois meses seguidos de alta. Também registraram retração relevante os segmentos de outros equipamentos de transporte (-5,3%), impressão e reprodução de gravações (-11,3%), bebidas (-2,2%) e manutenção e reparação de máquinas e equipamentos (-3,7%).

Na outra ponta, 11 atividades tiveram desempenho positivo. O destaque ficou para produtos farmoquímicos e farmacêuticos, que cresceram 7,9%. Houve também alta em alimentos (1,1%), indústrias extrativas (0,8%), produtos químicos (1,8%) e derivados de petróleo e biocombustíveis (0,6%). Máquinas e equipamentos (1,2%) e papel e celulose (0,7%) também contribuíram.

Por categorias econômicas, bens de consumo duráveis (-0,5%) e bens de capital (-0,2%) voltaram a recuar após leve alta no mês anterior. Já os bens intermediários (0,5%) e os bens de consumo semi e não duráveis (0,1%) interromperam perdas recentes, trazendo algum alívio ao setor.

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