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Analistas veem baixa chance de risco sistêmico em eventual quebra do Banco Master

Analistas avaliam que eventual quebra do Banco Master não traz risco sistêmico ao setor financeiro

A recente negativa do Banco Central à compra do Banco Master pelo BRB reacendeu as dúvidas sobre a saúde financeira da instituição. Apesar das preocupações, especialistas descartam que uma eventual falência represente ameaça ao sistema financeiro brasileiro.

Segundo Luis Miguel Santacreu, analista de bancos da Austin Rating, o Master não tem porte suficiente para provocar um efeito dominó no setor. “O problema dele sempre caiu na questão dos depósitos garantidos pelo fundo garantidor”, afirma. De acordo com os dados de dezembro de 2024, 62% do passivo da instituição está concentrado em CDBs, equivalentes a R$ 30,87 bilhões.

Para se financiar, o banco oferece remuneração acima da média do mercado, atraindo investidores com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que assegura até R$ 250 mil por CPF em caso de calote. O FGC já liberou uma linha emergencial de R$ 4 bilhões para honrar vencimentos de CDBs do Master, medida vista como fundamental para evitar uma crise de confiança.

Mesmo com o potencial impacto sobre o fundo garantidor, Fernando Bresciani, analista do Andbank, reforça que não há risco sistêmico. “Os bancos estão saudáveis. O Pine, por exemplo, é sólido, com inadimplência em 4,5%. Está todo mundo fazendo a lição de casa no crédito. O Master é ponto fora da curva”, afirma.

A avaliação é compartilhada por Rafael Schiozer, professor de Finanças da FGV-SP, que considera provável a aquisição fatiada de ativos do Master por outras instituições, como já ocorreu em operações anteriores. “Acho que ainda estamos longe de um desfecho. Agora é entender se fatiar os ativos e vendê-los ou liquidá-los é a melhor saída”, diz.

Enquanto isso, tanto o BRB quanto o Master indicaram que irão recorrer da decisão do BC. O banco brasiliense solicitou acesso à íntegra do documento que embasou a negativa, e o Master afirmou em nota que “segue confiante em sua estratégia e operação, que fizeram com que se destacasse em um mercado altamente concentrado”.

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