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JP Morgan prevê manutenção da Selic agora e início de cortes em dezembro

JP Morgan projeta manutenção da Selic em 15% nesta reunião, mas prevê início dos cortes em dezembro

O JP Morgan avalia que o Banco Central (BC) já observa avanços relevantes em indicadores econômicos rumo ao cumprimento da meta de inflação, mas ainda insuficientes para alterar a postura conservadora da política monetária no curto prazo. Para a instituição, a Selic deve permanecer em 15% na próxima reunião do Copom, refletindo a necessidade de consolidar os resultados do aperto iniciado no ano passado.

Segundo os economistas Cassiana Fernandez, Mirella Sampaio e Vinicius Moreira, os sinais de desaceleração da atividade são claros: a confiança empresarial perdeu fôlego, o crédito cresce em ritmo mais contido e a inflação recuou em relação ao pico do início do ano. Além disso, as expectativas começaram a ceder e o câmbio se valorizou. No entanto, a inflação cheia, os núcleos, os serviços e as projeções do próprio BC ainda estão distantes do centro da meta de 3%, o que reforça a cautela.

O mercado de trabalho também segue aquecido, com o hiato do produto ainda positivo, mantendo pressões inflacionárias. Para o JP Morgan, esse quadro justifica a manutenção da taxa de juros, ainda que ajustes marginais na comunicação do BC possam indicar reconhecimento de progressos recentes.

No campo quantitativo, as projeções de inflação podem recuar em torno de 0,1 ponto percentual, refletindo a valorização do real e expectativas mais benignas. Isso reforçaria que o aperto monetário implementado desde meados de 2024 vem surtindo os efeitos desejados.

No cenário traçado pelo banco, a consolidação dessa tendência ao longo do quarto trimestre abriria espaço para o início do ciclo de cortes já em dezembro, com redução inicial de 0,25 ponto percentual, seguida por cortes sucessivos de 0,50 ponto em 2026. A expectativa é que a Selic alcance 10,75% até o fim do próximo ano.

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