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BTLG11 e KNCR11 lideram recomendações de FIIs em outubro

Após meses dominados por fundos de papel, FIIs de imóveis físicos voltam ao radar dos analistas em outubro

Depois de meses de atenção concentrada nos fundos imobiliários de papel — beneficiados pelos juros elevados —, outubro marca um retorno expressivo dos FIIs de tijolo, que voltam a conquistar espaço nas carteiras recomendadas das principais casas de análise. Dos dez fundos mais citados no mês, seis são atrelados a imóveis físicos e quatro seguem o modelo de recebíveis, indicando um movimento de reequilíbrio entre os dois segmentos.

Entre os destaques, dois fundos lideram o ranking de recomendações, cada um com sete indicações. O primeiro é o BTG Pactual Logística (BTLG11), expoente do setor logístico, que se beneficia do bom momento dos galpões industriais e centros de distribuição. De acordo com a XP Investimentos, o portfólio do fundo reúne imóveis de alto padrão, locatários diversificados e contratos equilibrados, fatores que garantem estabilidade de receitas mesmo em cenários voláteis. A corretora destaca ainda que a demanda por espaços logísticos permanece aquecida, especialmente nas regiões próximas a São Paulo, impulsionada pelo crescimento do e-commerce e por níveis recordes de ocupação.

Compartilhando a liderança, o Kinea Rendimentos Imobiliários (KNCR11) representa o segmento de papel e mantém 99% do portfólio indexado aos juros, beneficiando-se diretamente do atual patamar da taxa Selic. Segundo análises da Monte Bravo, o fundo se destaca não apenas pela rentabilidade dos dividendos, mas também pela gestão sólida e diversificação de devedores e setores, o que reduz riscos e amplia a previsibilidade dos retornos.

Na sequência, com seis recomendações cada, aparecem o Kinea Securities (KNSC11) e o XP Malls (XPML11). O KNSC11, também da família Kinea, é elogiado pela Empiricus Research, que destaca o histórico consistente de distribuição de dividendos e a estratégia de alternar entre indexadores. Atualmente, o fundo mantém uma carteira equilibrada entre IPCA (56,7%) e CDI (42%), combinação que permite capturar ganhos tanto em ciclos de inflação quanto em períodos de juros elevados.

Já o XPML11, voltado ao setor de shoppings, é citado pelo Itaú BBA como uma opção de qualidade para quem busca exposição a imóveis físicos. O banco ressalta o portfólio premium do fundo e o resultado acumulado e não distribuído de R$ 0,58 por cota, indicador de potencial para novas distribuições nos próximos meses.

Em meio a um cenário de juros altos e expectativa de cortes graduais na Selic, o mercado de FIIs mostra sinais de diversificação. Enquanto os fundos de papel mantêm atratividade pelos rendimentos indexados, os de tijolo voltam a ganhar espaço, refletindo a confiança do investidor na retomada do setor imobiliário físico.

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