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Banco Pan deixa a B3 após 61 anos em operação com fusão ao BTG Pactual

Acordo prevê troca de ações e simplificação da estrutura societária; assembleia extraordinária deve ocorrer nas próximas semanas

Após mais de seis décadas de trajetória, o Banco Pan deixará de ter ações negociadas na B3. A decisão ocorre no contexto de uma operação de incorporação anunciada pelo BTG Pactual, que prevê a absorção total da instituição — um movimento que marca a consolidação do grupo financeiro e encerra uma história iniciada em 1963.

A proposta envolve a troca de papéis: cada ação preferencial do Pan dará direito a 0,2128 unit do BTG. A relação de troca oferece aos acionistas um prêmio de aproximadamente 30% em relação ao preço de mercado, segundo comunicado divulgado ao mercado. O grupo estima cerca de quatro semanas para a convocação da assembleia geral extraordinária (AGE) e prevê a conclusão do processo ainda em 2025.

O anúncio confirma uma expectativa que vinha sendo alimentada há meses por analistas e investidores. Durante a divulgação dos resultados do segundo trimestre, o vice-presidente financeiro do BTG, Renato Cohn, havia sinalizado que uma oferta pública de aquisição (OPA) era um caminho considerado pela instituição — embora o movimento estivesse condicionado a uma avaliação do preço das ações do Pan.

A aproximação entre as duas instituições vem se intensificando desde fevereiro, quando André Luiz Calabro, executivo do BTG, assumiu o comando do Pan com a missão de alinhar estratégias, ampliar investimentos em tecnologia e aprofundar a integração operacional. A operação também garantirá aos atuais acionistas do Pan e detentores de units do BTG o direito de retirada.

O BTG ingressou no capital do Pan em 2011 e assumiu o controle do banco em 2021, ao comprar a fatia detida pela Caixa Econômica Federal. A instituição, fundada originalmente como Banco PanAmericano, teve trajetória marcada por reviravoltas — como a crise de 2010, quando uma fraude contábil levou à necessidade de um socorro emergencial do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e à entrada da Caixa como acionista.

Agora, a operação representa um novo capítulo, voltado à simplificação da estrutura societária e ao fortalecimento da posição competitiva do BTG no mercado financeiro. “A integração permitirá consolidar, em uma única instituição listada, uma ampla gama de produtos para diferentes perfis de clientes, com ganhos de escala, diversificação e eficiência”, destacou o banco em comunicado.

Além de eliminar custos redundantes e otimizar a administração, a estratégia também tem como objetivo facilitar o acesso a capital e acelerar a execução de planos de crescimento. A incorporação do Pan amplia a oferta do BTG e reforça sua presença em segmentos de varejo e crédito, áreas consideradas estratégicas para os próximos anos.

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