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A agenda econômica de 20 a 24 de outubro de 2025

Expectativas crescem para o encontro entre Trump e Xi Jinping na Coreia do Sul, enquanto a China lida com desaceleração econômica

A tensão comercial entre Estados Unidos e China deu lugar a um tom mais cauteloso por parte da Casa Branca nos últimos dias. Depois de retomar a retórica agressiva contra Pequim na semana passada, o presidente Donald Trump confirmou o aguardado encontro com o líder chinês, Xi Jinping, durante a cúpula da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), que acontece entre 27 de outubro e 1º de novembro na Coreia do Sul. A expectativa é de que a reunião bilateral ocorra entre os dias 29 e 30, em um momento crucial para as relações entre as duas maiores economias do mundo.

A mudança no discurso, no entanto, não se traduziu em moderação nas ações comerciais. Washington manteve a adoção de novas medidas tarifárias, agora focadas no setor de transporte marítimo, o que elevou o temor de que a escalada protecionista se torne parte do “novo normal” nas relações entre as duas potências. Para analistas, esses movimentos refletem, sobretudo, o posicionamento estratégico dos países às vésperas do encontro de seus líderes — mais uma etapa da complexa disputa geopolítica e econômica que se intensificou nos últimos anos.

Antes de se reunir com Trump, Xi Jinping participará da Quarta Sessão Plenária do Partido Comunista Chinês, onde será discutido o 15º Plano Quinquenal (2026-2030). Embora o consumo interno siga abaixo do desejado, o governo deve manter como prioridade a expansão tecnológica em setores estratégicos, como veículos elétricos e energia verde. O novo plano — cujos detalhes só serão revelados em março de 2026 — servirá como base para as negociações com os EUA e não deve abrir mão da agenda de inovação, mesmo diante de críticas sobre desequilíbrios globais feitas por Washington e pelo FMI.

O esforço chinês para impulsionar setores de alta tecnologia também moldará a dinâmica global de preços, tornando a política econômica do país ainda mais deflacionária. Se antes essa tendência era alimentada por produtos manufaturados de baixo custo, agora o foco está em tecnologias de ponta, com potencial para redefinir cadeias produtivas em todo o mundo. Paralelamente, a China precisará enfrentar o desafio de estimular o consumo doméstico, fragilizado pela crise imobiliária e pela consequente queda na poupança das famílias — fatores que reduziram a demanda interna nos últimos anos.

Os dados econômicos que serão divulgados no domingo devem confirmar a desaceleração em curso. O Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre deve ter crescido apenas 0,8% na comparação trimestral, abaixo dos 1,1% registrados no período anterior, enquanto a alta anual deve recuar de 5,2% para 4,7%. A produção industrial e as vendas no varejo também devem perder força, com projeções de 5% e 2,9% de expansão, respectivamente. Já os investimentos em ativos fixos devem subir apenas 0,2% em setembro, e o mercado imobiliário tende a registrar nova queda nos preços.

Para sustentar o crescimento e conter a desaceleração, o Banco Popular da China deve manter a taxa básica de juros em 3% ao ano, em um patamar estimulativo capaz de sustentar a meta oficial de 5% de expansão econômica. Do lado americano, investidores aguardam os dados de inflação ao consumidor de setembro e a prévia dos índices de gerentes de compras (PMIs) de outubro, que devem oferecer pistas importantes sobre o ritmo da economia dos EUA em meio à paralisação parcial do governo.

No Brasil, a agenda da próxima semana será mais modesta. O destaque fica para sexta-feira, quando serão divulgados a prévia da inflação de outubro e os números do setor externo referentes a setembro. O Boletim Focus sai na segunda-feira. No campo corporativo, a temporada de balanços ganha força nos EUA, com os resultados de Netflix, Intel e Tesla no radar. No mercado brasileiro, empresas como Weg, Romi e Usiminas darão início à divulgação dos resultados do terceiro trimestre, enquanto a AgroGalaxy apresentará números do segundo trimestre em meio ao seu processo de recuperação judicial.

Hora País Evento Último
Segunda-feira, 20 de outubro de 2025
China Sessão Plenária do Partido Comunista
0:50 Japão Discurso de Takata, membro do Banco do Japão (BoJ)
4:00 Alemanha IPP (Mensal) (Set) -0,5%
4:00 Alemanha IPP (Anual) (Set) -2,2%
5:00 Zona do Euro Transações Correntes (Ago) (Euros) 27,7B
5:00 Zona do Euro Transações Correntes (sem ajuste sazonal) (Ago) (Euros) 35,0B
8:25 Brasil Boletim Focus
11:00 EUA Índice de Indicadores Antecedentes (Mensal) (Set) -0,5%
16:00 Argentina Balança Comercial (Set) (US$) 1,402B
Terça-feira, 21 de outubro de 2025
China Sessão Plenária do Partido Comunista
1:20 Japão Discurso de Himino, membro do Banco do Japão (BoJ)
8:00 Zona do Euro Discurso de Christine Lagarde, Presidente do BCE
10:00 EUA Discurso de Waller, membro do Fed
16:30 EUA Discurso de Waller, membro do Fed
17:30 EUA Estoques de Petróleo Bruto Semanal API 3,524M
20:50 Japão Exportações (Anual) (Set) (Ienes) -0,1%
20:50 Japão Importações (Anual) (Set) (Ienes) -5,2%
20:50 Japão Balança Comercial (Set) (Ienes) -242,5B
Quarta-feira, 22 de outubro de 2025
China Sessão Plenária do Partido Comunista
3:00 Reino Unido IPC-núcleo (Anual) (Set) 3,6%
3:00 Reino Unido IPC-núcleo (Mensal) (Set) 0,3%
3:00 Reino Unido IPC (Mensal) (Set) 0,3%
3:00 Reino Unido IPC (Anual) (Set)<

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