O Banco do Brasil (BBAS3) pretende colocar o financiamento sustentável no centro de sua estratégia para 2026, com destaque para a recuperação de pastagens degradadas. A iniciativa, segundo Alberto Martinhago Vieira, diretor de agronegócios e agricultura familiar da instituição, busca alinhar a atuação do banco às metas do governo federal, que pretende recuperar cerca de 40 milhões de hectares de terras agricultáveis nos próximos dez anos.
“É um tema que ainda será detalhado internamente, mas o Banco do Brasil quer ser protagonista nesse processo. Recuperar pastagens significa gerar produção, renda, desenvolvimento e emprego, tudo isso sem a necessidade de desmatar um único hectare”, afirmou Vieira.
Além do crédito voltado à recuperação de áreas degradadas, o executivo destacou a tendência de avanço no uso de bioinsumos e de práticas agrícolas mais sustentáveis, fatores que devem ganhar importância crescente no financiamento ao agronegócio brasileiro. “A recuperação dessas áreas será uma alavanca fundamental de financiamento nos próximos anos, impulsionando tanto a agricultura quanto a pecuária”, completou.
Vieira também ressaltou o papel estratégico de programas voltados à agricultura familiar, como o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), que classificou como “um sucesso consolidado”. Ele destacou ainda o impacto positivo do programa Desenrola Rural, lançado em 2024 pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), que tem ajudado produtores a renegociarem dívidas antigas e retomarem a capacidade produtiva.
De acordo com o diretor, há um esforço conjunto do governo e do banco para acelerar a liberação de crédito no campo. “O nosso desafio é desburocratizar o processo para que o crédito chegue mais rápido ao produtor, especialmente ao pequeno agricultor familiar”, explicou.
Com mais de 5 mil correspondentes atuando em todo o Brasil, o Banco do Brasil pretende expandir o alcance de suas linhas de financiamento até as regiões mais remotas. “Hoje, muitos produtores precisam dedicar um dia inteiro para ir ao banco. O nosso objetivo é simplificar esse acesso e estar presente onde eles estão, porque grande parte dos alimentos que consumimos vem da agricultura familiar”, destacou Vieira.