O dólar encerrou a sessão desta segunda-feira (20) em queda de 0,64%, cotado a R$ 5,3708, acumulando quatro pregões consecutivos de perdas. O movimento contrasta com o cenário internacional, onde o DXY — índice que compara o dólar a outras moedas globais — registrou alta de 0,18%. A queda ocorreu mesmo diante da fraqueza das commodities e refletiu principalmente fatores externos e dados positivos da economia chinesa.
As atenções dos investidores seguiram voltadas à relação comercial entre EUA e China. O presidente dos EUA, Donald Trump, indicou expectativa de um acordo “forte e justo” com o presidente Xi Jinping, sinalizando trégua nas tensões comerciais. O crescimento do PIB chinês também trouxe otimismo: a economia avançou 4,8% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2024 e 1,1% frente ao trimestre anterior, mantendo-se próxima da meta anual de 5%.
No cenário interno, o mercado reagiu à revisão para baixo das projeções de inflação. O Boletim Focus apontou expectativa de IPCA em 4,70% em dezembro de 2025, ainda acima do teto da meta, mas em trajetória de desaceleração. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o presidente Lula deve concluir o mandato com a menor inflação da história.
Investidores também acompanharam a indefinição sobre medidas compensatórias após a derrubada, pela Câmara dos Deputados, da Medida Provisória 1.303, que tratava da taxação de aplicações financeiras e apostas esportivas. A incerteza fiscal segue como ponto de atenção nos mercados, mesmo com o cenário externo contribuindo para a queda do dólar.