O Santander Brasil abriu a temporada de resultados dos grandes bancos com lucro líquido gerencial de R$ 4 bilhões no terceiro trimestre de 2025, alta de 9,4% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado superou as expectativas do mercado, que aguardava um lucro de R$ 3,7 bilhões, segundo consenso da Bloomberg.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) alcançou 17,5%, avanço de 0,5 ponto percentual em um ano e de 1,2 ponto no trimestre. O desempenho ficou acima da média de 16,32% esperada por cinco casas. O resultado marca uma recuperação consistente após um segundo trimestre mais fraco, quando o banco enfrentou aumento de provisões e receitas mais modestas.
Mesmo com a Selic em 15% e um cenário de crédito ainda seletivo, o banco conseguiu equilibrar rentabilidade e qualidade da carteira. Segundo o CEO Mário Leão, o Santander manteve disciplina na alocação de capital, priorizando ativos de maior rentabilidade e menor risco. “Estamos fortalecendo nosso balanço e construindo um portfólio mais resiliente para 2026. A qualidade de crédito de curto prazo já mostra melhora, reflexo da nova safra de operações”, afirmou.
As receitas totais somaram R$ 20,7 bilhões, alta de 1% em 12 meses e de 0,8% em relação ao trimestre anterior, com destaque para o avanço das receitas de comissões. O banco destacou que a estratégia de diversificação entre crédito e serviços tem sustentado o desempenho em meio a um ambiente de juros elevados.
A margem financeira totalizou R$ 15,2 bilhões, queda de 0,1% em 12 meses e de 1,2% no trimestre, afetada pela sensibilidade ao aumento da taxa básica de juros e pelo maior número de dias úteis. Já a margem com clientes cresceu 2,7%, atingindo R$ 16,5 bilhões, sinalizando melhora no relacionamento comercial e aumento das receitas com crédito.
A carteira de crédito ampliada chegou a R$ 689 bilhões, crescimento de 3,8% no ano e 2% no trimestre, em linha com a estratégia conservadora adotada desde o ciclo de ajuste iniciado em 2023. O banco tem priorizado segmentos de melhor perfil de risco, movimento que o posicionou para retomar o crescimento à medida que o ambiente de crédito se estabiliza.
A inadimplência de curto prazo recuou 0,2 ponto percentual no trimestre, refletindo a melhora nas novas concessões. No entanto, o índice acima de 90 dias segue pressionado, com alta de 0,3 ponto no trimestre, diante de um cenário macroeconômico ainda desafiador. As provisões para crédito de liquidação duvidosa (PDD) caíram 5% no trimestre, totalizando R$ 6,4 bilhões, após um segundo trimestre de alta.
As despesas gerais ficaram praticamente estáveis, somando R$ 6,4 bilhões, com variação de 0,2% em três meses e queda de 0,5% no ano, resultado da otimização de estruturas e da contenção de custos. O banco informou que o aumento com depreciação e amortização reflete investimentos em tecnologia e eficiência operacional.
Com ações listadas na B3 e na Bolsa de Madri, o Santander acumula valorização de 23% no ano, acompanhando o bom humor do mercado e o movimento de recuperação dos grandes bancos. O desempenho reforça a confiança dos investidores na estratégia de crédito seletivo e no controle de custos, fatores que sustentam o avanço gradual da rentabilidade do banco no Brasil.










