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Mercado de influenciadores financeiros avança 8,4% e passará por certificação inédita da Anbima

Crescimento sólido, porém mais seletivo, marca a nova fase dos influenciadores financeiros. Com engajamento menor e público maior, o setor entra em etapa de maturação

O mercado de influenciadores de finanças segue em expansão no Brasil e ainda longe da saturação. A prévia do relatório Finfluence, elaborado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em parceria com o Ibpad, mostrou que o número de criadores de conteúdo financeiro ativos cresceu 8,4% no primeiro semestre de 2025, somando 803 perfis entre os 1.750 mapeados.

O público também aumentou 9,2%, alcançando 287,8 milhões de seguidores nas quatro principais redes sociais, enquanto o volume de publicações subiu 9,7%, com mais de 432 mil postagens no período.

Apesar do avanço, o engajamento médio caiu 8,3%, de 2.965 para 2.719 interações por publicação — a primeira queda desde o início do monitoramento. Para Amanda Brum, superintendente de comunicação da Anbima, a retração pode sinalizar amadurecimento nas discussões sobre finanças. Ela explica que a baixa se concentrou no X (antigo Twitter) e no Instagram, mas o YouTube se destacou, registrando média de 11,6 mil interações por post. “Hoje, o YouTube é a rede da educação financeira. É onde as pessoas realmente se informam com detalhes e tomam decisões”, afirmou.

A Anbima pretende tornar o debate ainda mais qualificado ao incluir um novo filtro no Finfluence: a verificação das certificações dos influenciadores. O ranking passará a indicar quais criadores possuem certificações válidas do mercado financeiro, como a CNPI, obrigatória para recomendações de ações. “Perguntamos a cada um e validamos as informações. Se a certificação está vencida, consideramos que ele não tem”, explicou Brum.

Segundo ela, a iniciativa representa uma responsabilidade social da Anbima e busca orientar o público na hora de escolher quem seguir. “O investidor precisa saber se o influenciador tem qualificação técnica. Se não tiver, deve ouvir com mais cautela e buscar outras fontes”, reforçou. A medida visa fortalecer a credibilidade dos conteúdos e reduzir o risco de desinformação financeira.

Para a Anbima, os dados confirmam a consolidação do ecossistema digital como uma das principais ferramentas de educação financeira no país, ampliando o acesso a informações de qualidade e promovendo um debate mais maduro sobre investimentos e economia.

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