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Azul anuncia acordo global com o comitê oficial de credores nos EUA

Acordo com o comitê de credores aproxima a Azul da saída do processo de reorganização nos EUA e da melhora de sua estrutura de capital

A Azul informou neste sábado (1.º) que chegou a um acordo global com o Comitê Oficial de Credores Quirografários (Official Committee of Unsecured Creditors, UCC) para apoiar um plano de reorganização consensual dentro do processo de Chapter 11 em curso nos Estados Unidos. A companhia classificou o entendimento como um passo relevante da reestruturação, voltada a reforçar a estrutura de capital e dar previsibilidade financeira ao negócio no longo prazo.

Pelo acerto, o comitê pretende recomendar que os demais credores quirografários votem a favor do plano assim que ele for aprovado pelo Tribunal de Falências. Esse grupo reúne credores que não possuem garantias reais e costuma ter peso importante na aprovação de planos de recuperação.

A audiência de divulgação, etapa formal do processo em que o Tribunal avalia o documento que será encaminhado aos credores junto com o plano, está marcada para a próxima terça-feira (4), às 11h, no horário da Costa Leste dos EUA. Depois da aprovação dessa fase, o material será distribuído para análise e votação. A audiência de confirmação do plano, quando o juiz decide se homologa ou não a proposta de reorganização, está prevista para 11 de dezembro.

A Azul entrou com pedido de proteção contra credores em maio, diante da dificuldade de alongar passivos e de acessar novas fontes de capital em meio a um nível de alavancagem elevado. Naquele momento, a dívida havia crescido 50% em um ano e alcançado cerca de R$ 31 bilhões, o que levou o índice de endividamento para 5,2 vezes. Mesmo sendo uma empresa brasileira, a aérea optou pelo Chapter 11 nos EUA por causa do ambiente jurídico mais consolidado para o setor, da maior rapidez dos procedimentos e da disponibilidade de instrumentos de financiamento durante o processo, caminho já adotado por Latam e Gol.

Em nota, o CEO da companhia, John Rodgerson, afirmou que o acordo foi resultado de negociações consideradas construtivas com os principais credores e que a empresa segue avançando em sua transformação financeira. Segundo ele, a meta é sair do processo mais forte e sustentável, mantendo o atendimento aos clientes e o suporte aos tripulantes enquanto a reorganização é conduzida.

Com o apoio do comitê de credores, a companhia reduz o risco de oposição ao plano e aumenta a previsibilidade da etapa final do Chapter 11. A aprovação judicial, porém, ainda depende da tramitação no Tribunal e da votação dos credores, dentro do calendário já definido.

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