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Queda do petróleo e alta da rentabilidade fazem Itaú ultrapassar Petrobras no ranking da B3

Com rentabilidade recorde e tecnologia no centro da estratégia, o Itaú reassume a dianteira sobre a Petrobras em 2025

O Itaú Unibanco voltou a ocupar o posto de empresa mais valiosa do país, ultrapassando a Petrobras em valor de mercado. Ao fim do pregão de 3 de novembro de 2025, o banco atingiu R$ 408 bilhões, enquanto a estatal encerrou o dia avaliada em R$ 400,6 bilhões, segundo levantamento da B3. O movimento reflete, segundo a economista-chefe da InvestSmart XP, Mônica Araújo, a percepção do mercado sobre a solidez e o potencial de crescimento do setor financeiro frente à volatilidade das commodities.

Para a analista, o avanço do Itaú é resultado direto de uma estratégia consistente de alocação de recursos, foco em rentabilidade e forte investimento em tecnologia. “A performance do Itaú Unibanco reflete uma gestão eficiente e uma clara priorização da inovação digital. Isso tem ampliado a base de clientes e impulsionado a lucratividade, o que se traduz em maior confiança dos investidores”, afirma Araújo.

Enquanto o banco acumula alta de 43% nas ações em 2025, a Petrobras enfrenta o movimento inverso. A petroleira registra queda aproximada de 17% no ano, pressionada pela desvalorização do petróleo e menor perspectiva de distribuição de dividendos. O Brent, principal referência internacional, chegou a ultrapassar US$ 120 por barril em agosto de 2022, mas despencou para a casa dos US$ 60 em meados de 2025 — quase a metade do valor de três anos atrás.

“A queda da commodity, os ajustes no programa de investimentos e as incertezas cambiais reduziram o apetite do investidor pela Petrobras”, explica a economista. Segundo ela, a redução do preço do petróleo no mercado internacional e o recuo nos lucros impactam diretamente as projeções de retorno da estatal, o que acaba pesando sobre a sua avaliação na bolsa.

Por outro lado, o setor financeiro tem se destacado como um dos pilares de estabilidade da B3 neste ano. A combinação de lucros crescentes, distribuição de dividendos consistente e resiliência operacional tem atraído a preferência dos investidores. “Enquanto o petróleo enfrenta um ciclo de baixa, o setor bancário vive um ciclo de confiança”, resume Mônica Araújo.

A reversão no ranking — com o Itaú novamente à frente da Petrobras — não é inédita, mas simboliza o momento de inflexão entre dois setores-chave da economia brasileira. Para a economista, trata-se de um sinal claro de que o mercado está recompensando empresas com resultados previsíveis, eficiência operacional e visão de longo prazo. “O Itaú mostra que, mesmo em um ambiente de juros elevados, é possível crescer com rentabilidade. Essa consistência é o que o investidor valoriza”, conclui Araújo.

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