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Governo revisa para baixo inflação e crescimento de 2025, aponta Boletim MacroFiscal

Inflação menor e economia fraca marcam revisões da SPE para 2025 e 2026

O Ministério da Fazenda revisou para baixo suas expectativas para inflação e crescimento em 2025, após indicadores apontarem perda de ritmo da atividade ao longo do terceiro trimestre. Segundo o Boletim MacroFiscal divulgado pela Secretaria de Política Econômica, a projeção para o IPCA recuou de 4,8% para 4,6%, enquanto a estimativa de expansão do PIB passou de 2,3% para 2,2%.

A avaliação da SPE é de que a economia vem desacelerando desde julho, após um primeiro semestre marcado por variações positivas de 1,3% e 0,4%. Os dados coincidentes sugerem arrefecimento no segundo semestre, influenciado pela manutenção da taxa Selic em 15% ao ano e pelo aumento dos juros reais, que atingiram em outubro o maior nível desde 2016. O encarecimento do crédito reduziu o ritmo das concessões, especialmente para empresas, ao mesmo tempo em que o mercado de trabalho, apesar do desemprego baixo, mostra perda de dinamismo na criação de vagas e no avanço dos rendimentos.

A revisão para a inflação acompanha esse quadro. A SPE aponta que a valorização do real, a queda dos preços no atacado e o excesso de oferta global de bens contribuíram para reduzir pressões inflacionárias, enquanto alimentos e bebidas exibiram desaceleração expressiva, com recuo de 7,0% para 4,5% no IPCA do domicílio entre agosto e outubro. Carnes, café e leite tiveram impacto relevante nesse comportamento. Também houve recuo nos preços de bens industriais, impulsionado pela deflação de eletrônicos e pela desaceleração de itens de higiene pessoal.

A inflação de serviços subjacentes também perdeu força, passando de 6,7% para 6,3% no mesmo período. Para a SPE, a dissipação de pressões inerciais e a acomodação do mercado de trabalho explicam parte desse movimento. A Secretaria afirma ainda que, caso a bandeira tarifária de energia seja verde em dezembro, aumenta a probabilidade de o IPCA de 2025 ficar dentro do intervalo de tolerância da meta, que é de 3% com margem de 1,5 ponto percentual.

Para 2026, a projeção de inflação foi ajustada para 3,5%, e, no horizonte relevante da política monetária, correspondente ao segundo trimestre de 2027, a estimativa é de 3,2%, convergindo posteriormente para a meta. Já a expectativa de crescimento para 2026 permanece em 2,4%, com a perspectiva de que a política monetária se torne menos restritiva, fortalecendo crédito, consumo e investimento. Para os anos seguintes, a projeção segue em torno de 2,6%.

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