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Juros futuros recuam após IBC-Br fraco e Tesouro Direto abre a semana com taxas mistas

Prefixados mantêm estabilidade, enquanto IPCA+ recuam com revisões nas expectativas do mercado

O mercado de renda fixa iniciou a semana com ajustes graduais nas curvas de juros e com um comportamento misto entre os títulos do Tesouro Direto. Após a oscilação vista na última sexta-feira, quando os investidores reagiram à menor probabilidade de corte dos juros norte-americanos em dezembro, o foco voltou para os indicadores domésticos, especialmente para os números de atividade que apontam perda de tração da economia brasileira.

O dado que concentrou a atenção foi o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado nesta segunda-feira. O indicador recuou 0,2% em setembro na comparação com agosto, já descontados os efeitos sazonais. O resultado veio pior do que a mediana das expectativas do mercado, que projetava retração de 0,10%. A leitura reforçou a percepção de que o ritmo da atividade vem arrefecendo e que o aperto monetário de 15% ao ano começa a produzir efeitos mais visíveis.

Essa combinação de desaceleração e ausência de sinais contrários na inflação reacendeu a hipótese de que o ciclo de cortes na Selic possa ser iniciado já no primeiro trimestre de 2026. Na semana passada, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, havia comentado que os dados mostram uma economia “crescendo a taxas menores” e sob influência gradualmente mais forte da política monetária. O discurso encontrou eco nos números desta segunda-feira e ajudou a suavizar o movimento de alta que vinha se consolidando nas curvas longas.

Entre os títulos prefixados, as taxas mostraram pouca variação no início dos negócios. O Tesouro Prefixado com vencimento em 2028 abriu estabilizado em 12,86% ao ano. O papel para 2032 teve oscilação marginal, passando de 13,44% para 13,45%. Já o título com pagamento de juros semestrais e prazo até 2035 também registrou variação discreta, de 13,61% para 13,62%.

O movimento mais perceptível ocorreu nos títulos indexados à inflação. O Tesouro IPCA+ 2050 recuou de 6,81% para 6,78%, acompanhando o alívio moderado observado nos juros reais de longo prazo. O IPCA+ 2029 permaneceu estável em 7,74%, enquanto o IPCA+ 2040 seguiu negociado a 7,05%. Entre os papéis com juros semestrais, o destaque foi o IPCA+ 2035, cuja taxa caiu de 7,36% para 7,31% na abertura.

A combinação de dados domésticos mais fracos e incerteza moderada no cenário internacional tende a manter oscilação nos juros futuros ao longo da semana. Com a agenda mais carregada nos Estados Unidos — incluindo a divulgação da ata do Federal Reserve — e a ausência de dados locais de forte impacto no curto prazo, os investidores devem continuar calibrando as projeções sobre o início do ciclo de cortes no Brasil e a velocidade da queda das taxas longas, que seguem sensíveis aos riscos fiscais e ao comportamento da dívida pública.

Título Rendimento Anual Vencimento
Tesouro Selic 2028 SELIC + 0,049% 01/03/2028
Tesouro Selic 2031 SELIC + 0,1017% 01/03/2031
Tesouro Prefixado 2028 12,86% 01/01/2028
Tesouro Prefixado 2032 13,45% 01/01/2032
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2035 13,62% 01/01/2035
Tesouro IPCA+ 2029 IPCA + 7,74% 15/05/2029
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 IPCA + 7,36% 15/05/2035
Tesouro IPCA+ 2040 IPCA + 7,05% 15/08/2040
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2045 IPCA + 7,09% 15/05/2045
Tesouro IPCA+ 2050 IPCA + 6,78% 15/08/2050
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2060 IPCA + 7,01% 15/08/2060

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