A queda do bitcoin para a faixa de US$ 82 mil desencadeou um movimento expressivo de resgates em fundos de índice lastreados na criptomoeda. Dados do portal SoSo Value indicam que os ETFs de bitcoin à vista tiveram uma saída conjunta de US$ 903,44 milhões nas últimas vinte e quatro horas, configurando um dos maiores fluxos negativos recentes. No acumulado da semana, o volume retirado ultrapassa US$ 1,4 bilhão, ampliando o sinal de alerta em um mercado já pressionado pela redução do apetite dos investidores.
Apesar da intensidade dos resgates, o conjunto dos ETFs spot continua administrando US$ 113,02 bilhões em ativos líquidos, montante equivalente a 6,55% do total de bitcoins em circulação. Esses fundos, diferentemente de veículos lastreados em instrumentos derivativos, precisam manter a criptomoeda fisicamente custodiada para operar, o que significa que suas dinâmicas de compra e venda têm impacto direto na oferta disponível no mercado.
As grandes gestoras responsáveis por esses produtos — entre elas BlackRock, Grayscale e Fidelity — realizam aquisições de BTC sempre que precisam ampliar a capacidade de negociação dos fundos, prática que, ao longo dos últimos meses, ajudou a sustentar as cotações em patamares elevados. Esse direcionamento reduziu a liquidez disponível ao investidor de varejo e contribuiu para ciclos de valorização da moeda digital desde a expansão dos ETFs spot.
A nova onda de retiradas, portanto, é observada por analistas como um indicador relevante do comportamento do mercado. A redução do saldo aplicado nesses fundos pode representar o início de um período de menor demanda institucional, componente que desempenhou papel central nas altas anteriores. Embora as gestoras mantenham volumes expressivos sob administração, o recuo recente acendeu atenção em um ambiente já marcado por maior cautela após a correção do bitcoin.








