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Itaú amplia liderança enquanto Bradesco avança e Banco do Brasil permanece pressionado

Balanços do setor bancário no 3º tri revelam liderança do Itaú, retomada gradual do Bradesco e dificuldades persistentes no Banco do Brasil

Os resultados do terceiro trimestre de 2025 evidenciaram trajetórias distintas entre os principais bancos do país, com desempenho operacional e indicadores de rentabilidade que reforçaram a distância entre Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil. O Itaú voltou a liderar com margem confortável, sustentado por um retorno sobre o patrimônio líquido de 23,3%, expansão contínua da carteira de crédito para acima de R$ 1,4 trilhão e inadimplência estável em 1,9%. O desempenho confirmou a manutenção do ciclo de resultados consistentes registrados ao longo do ano.

Na outra ponta, o Banco do Brasil apresentou um trimestre mais fraco, marcado pela continuidade da pressão sobre a carteira agro, que permanece como foco de atenção entre analistas. O lucro ajustado de R$ 3,7 bilhões representou queda de 60% em relação ao mesmo período de 2024, levando o ROE para 8,5%. A deterioração desse segmento tem afetado a rentabilidade e reforçado a percepção de risco, refletindo-se também no comportamento das ações ao longo de 2025.

O Bradesco, por sua vez, registrou avanços graduais dentro do processo de recuperação iniciado em 2024. Houve crescimento do lucro, melhora gradual da qualidade dos ativos e evolução da carteira de crédito, ainda que alguns números tenham ficado aquém das projeções de mercado. Mesmo assim, o banco mostrou sinais mais consistentes de reorganização operacional na comparação com os trimestres anteriores.

O movimento de preços na Bolsa reforça essa dinâmica em velocidades distintas. As ações do Banco do Brasil acumulam queda de 1,46% em novembro e 7,43% no ano. O Bradesco segue em território positivo, com alta de 4,17% no mês e valorização de 76,95% em 2025. Já o Itaú mantém trajetória ascendente, com aumento de 1,08% em novembro e avanço de 52,34% no acumulado do ano, mesmo após ajustes técnicos após o recorde recente.

Na análise gráfica, o comportamento de BBAS3 permanece pressionado abaixo das médias móveis, com o papel encerrando a última sessão cotado a R$ 21,58. A região entre R$ 21,29 e R$ 20,00 é vista como suporte relevante, cuja perda poderia reabrir espaço para revisitar níveis mais baixos, enquanto a reversão dependeria da superação de faixas de resistência como R$ 22,62 e R$ 23,51.

BBDC4 mantém tendência principal de alta, mesmo com correções após tocar R$ 19,84. O ativo fechou a R$ 18,90 e opera entre médias que servirão de referência para o próximo movimento. Caso o suporte entre R$ 18,69 e R$ 17,88 não se sustente, há espaço para recuos adicionais, enquanto o rompimento de R$ 19,84 voltaria a sinalizar avanço em direção aos níveis mais altos do ano.

ITUB4 também passa por ajustes técnicos após renovar a máxima histórica de R$ 41,37 e encerrou a última sessão a R$ 39,85. A perda das faixas de suporte entre R$ 39,47 e R$ 38,54 poderia ampliar a correção, ao passo que a retomada das médias e o rompimento de R$ 40,16 recolocariam o ativo no caminho para testar novamente a máxima e projetar novas expansões. O conjunto de indicadores e preços confirma um setor em três ritmos claramente distintos: o Itaú consolidado na liderança, o Bradesco avançando em seu processo de recuperação e o Banco do Brasil enfrentando um ciclo mais desafiador de rentabilidade e risco.

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