Por Letícia Bogéa – Analista de Economia do Boletim Nacional
A liquidação extrajudicial do Banco Master, decretada pelo Banco Central na última terça-feira (18), expõe um ponto que muitos investidores ignoram: taxas altas demais carregam um risco proporcional, e desconhecer o emissor é a porta de entrada para perdas que poderiam ter sido evitadas. Não importa se o investimento aparece em plataformas confiáveis como XP ou BTG, pois o problema nunca é a corretora, mas sim a decisão tomada antes da compra. Essas corretoras oferecem também oportunidades de vários bancos confiáveis. É preciso saber o que você está comprando.
O investidor impulsivo enxerga um CDB com rentabilidade acima da média (pagando entre 130 e 140% do CDI. Um banco confiável pagando muito bem não costuma chegar a isso) e acredita que isso é oportunidade. No entanto, a busca por rendimento rápido sem saber quem está por trás do título é o comportamento que destrói patrimônio. Mais uma vez trazendo nos meus artigos a parte comportamental: seu comportamento determina suas ações.
Taxas tentadoras são, quase sempre, um sinal de fragilidade da instituição emissora. E quando o risco se materializa, o retorno prometido deixa de existir; mas o prejuízo, não.
Quem busca renda fixa procura previsibilidade e segurança, não risco. Mas segurança não se sustenta com impulsividade. Quando o investidor ignora o emissor, não analisa balanço nem liquidez e se deixa levar pela promessa de “ganhar mais”, ele assume um risco que não percebe, e paga caro por isso. O caso do Banco Master deixa essa lição.
XP e BTG continuam sendo corretoras seguras, e por isso disponibilizam produtos de vários emissores. Não as culpe, culpe sua ação. Pratique a autorresponsabilidade, pois a responsabilidade é sempre de quem clica no botão “comprar”. O mercado não perdoa decisões tomadas com pressa ou sem compreensão do risco envolvido.
É preciso lembrar que CDBs e outros títulos de renda fixa não foram feitos para entregar retornos altos, e por isso não carregam o mesmo nível de risco que a renda variável. Já na renda variável, o risco existe desde o início, e é ele que permite retornos maiores, mas apenas para quem tem estudo, estratégia e preparo emocional para operar nesse ambiente.
Quem busca ganhos acima da média precisa entender que não encontrará isso em CDBs, mas sim no mercado acionário, em fundos de ações, ETFs, fundos imobiliários (FIIs) e outros instrumentos que assumem riscos claros e conhecidos. A renda fixa é para quem quer segurança; quando o investidor tenta transformá-la em um atalho para “ganhar rápido”, ele desfaz o propósito do produto e coloca o próprio patrimônio em perigo.









