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BofA prevê início de corte da Selic em dezembro e mantém visão neutra para bolsa brasileira

Para 2026, o banco projeta mais seis cortes de 0,50 ponto percentual e um ajuste residual de mesma magnitude

O Bank of America (BofA) mantém a projeção de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central dará início a um novo ciclo de afrouxamento monetário em dezembro de 2025. Segundo relatório assinado pelos estrategistas David Becker, Carlos Peyrelongue, Mateus Conceição e Paula Soto, a expectativa é de que a Selic seja reduzida em 0,50 ponto percentual no último mês do ano, encerrando 2025 em 14,50% ao ano.

Para 2026, o banco projeta mais seis cortes de 0,50 ponto percentual e um ajuste residual de mesma magnitude, o que levaria a taxa básica de juros a 11,25% até o fim do próximo ano. Os estrategistas do BofA se mostram mais “dovish” — ou seja, inclinados à flexibilização monetária — do que o consenso de mercado, que precifica uma Selic média de 12,70% até o final de 2026.

O último movimento do Copom foi a elevação da Selic para 15% ao ano, no início de junho, diante do aumento das incertezas geopolíticas após o tarifaço anunciado pelos Estados Unidos e da persistência na desancoragem das expectativas de inflação. Desde então, a sinalização dos membros do BC tem sido de manutenção de juros elevados por um período prolongado.

Em relação ao mercado de ações, o BofA mantém recomendação “neutra” para a bolsa brasileira. Na avaliação dos analistas, o Ibovespa já opera próximo aos seus múltiplos históricos, o que limita o potencial de valorização. Além disso, o cenário de incertezas em torno das eleições presidenciais de 2026 contribui para a cautela em relação aos ativos domésticos.

O banco também alerta para o risco de revisões negativas nas projeções de lucro por ação (EPS) das empresas caso o início da flexibilização monetária demore mais do que o esperado. O consenso de mercado, segundo o relatório, projeta crescimento de mais de 30% no EPS em 2026 para companhias brasileiras, excluindo o setor bancário.

Diante do cenário traçado, o BofA mantém preferência por exposição a setores domésticos e ligados a commodities, que tendem a se beneficiar da queda nos juros. No setor varejista, as ações da Lojas Renner (LREN3) e da farmacêutica Hypera (HYPE3) estão entre as principais recomendações.

Outros papéis indicados são B3 (B3SA3), Equatorial (EQTL3), Multiplan (MULT3), Mercado Livre (MELI34), Copel (CPLE6), Sabesp (SBSP3), Hapvida (HAPV3), Embraer (EMBR3) e JBS (JBSS32). Entre os bancos, Itaú Unibanco (ITUB4) e BTG Pactual (BPAC11) figuram como preferências da instituição.

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