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Pacote bilionário de Lula mira empresas impactadas por tarifa de Trump, com foco no agro

Empresas beneficiadas terão que se comprometer a manter empregos

O governo federal estuda um plano de apoio às empresas brasileiras afetadas pela nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos, com destaque para setores do agronegócio. A proposta em análise prevê o uso de até R$ 30 bilhões do Fundo de Garantia à Exportação (FGE) para financiar empréstimos com juros reduzidos. Como contrapartida, as companhias beneficiadas teriam que manter os empregos atuais.

Esse fundo, que já serve de lastro para operações via BNDES, tem atualmente cerca de R$ 48 bilhões em superávit, segundo fontes da equipe econômica. Isso significa que, ao menos por ora, não há previsão de uso direto do Tesouro Nacional — o que evitaria impacto fiscal primário, embora o movimento interfira na dívida pública.

Além da linha de crédito para o setor produtivo, está em avaliação um programa específico de renegociação de dívidas voltado a produtores rurais. A ideia é liberar cerca de R$ 10 bilhões para atender agricultores impactados pela perda do mercado americano, principalmente pecuaristas, cafeicultores e fruticultores.

Outra medida que ganha força nos bastidores envolve a articulação de uma política emergencial de compras públicas — incluindo estados e municípios — para absorver produtos perecíveis que perderam acesso ao mercado norte-americano. O foco seriam itens como mel, frutas e pescados, que agora enfrentam dificuldades de escoamento.

As discussões estão sendo lideradas pelo Ministério da Fazenda e devem resultar em um pacote robusto, cujo anúncio oficial está previsto para a próxima semana. Técnicos da Fazenda, da Casa Civil e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços trabalham nos cálculos finais, avaliando o alcance e os custos das iniciativas.

O esforço também passa por mapear com precisão quais empresas realmente serão prejudicadas pela sobretaxa, com o objetivo de evitar distorções ou fraudes no acesso aos benefícios.

A nova tarifa imposta por Donald Trump atinge cerca de 35,9% das exportações brasileiras para os EUA e atinge setores estratégicos, como carnes, frutas e grãos. Trata-se da medida mais dura já adotada pelo ex-presidente contra o Brasil, e que tem provocado movimentações urgentes em Brasília para mitigar os efeitos econômicos no curto prazo.

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