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Lucro fraco do Banco do Brasil aumenta desconfiança sobre projeções

Analistas avaliam que o balanço do Banco do Brasil no segundo trimestre de 2025 foi decepcionante, mesmo após o mercado já ter reduzido as expectativas diante dos dados mensais do Banco Central que indicavam um resultado frágil. A rentabilidade (ROE) caiu ao menor nível desde 2016 e as novas projeções de lucro para o ano — agora entre R$ 21 bilhões e R$ 25 bilhões — são vistas como difíceis de alcançar.

Segundo a XP, o desempenho foi fortemente afetado pela carteira de crédito do agronegócio, que enfrenta atrasos generalizados nos pagamentos, aumento expressivo nos empréstimos reestruturados e os efeitos da Resolução nº 4.966, que obriga os bancos a reforçarem provisões para atrasos de curto prazo. A inadimplência segue pressionando os resultados, e os sinais de que julho manteve esse cenário aumentam a incerteza sobre quando poderá ocorrer uma recuperação.

O Citi aponta que, para atingir o meio da faixa do guidance, a margem financeira teria de crescer 12% no segundo semestre em relação ao primeiro, e as provisões precisariam cair para R$ 14,2 bilhões nos dois próximos trimestres — após superarem R$ 15 bilhões entre abril e junho. Para a instituição, o intervalo projetado é “otimista demais”, sendo mais viável a extremidade inferior da meta. Além disso, alerta que um compromisso com provisões estáveis no segundo semestre pode representar risco adicional para o lucro.

A Genial Investimentos reconhece que os múltiplos do BB são atrativos — negociando a 3,3 vezes o preço/lucro estimado para 2026 —, mas adota postura cautelosa devido à baixa visibilidade para melhora no curto prazo. Para a casa, a recuperação depende da reversão do ciclo de crédito no agronegócio, o que poderia destravar valor a partir de 2026, especialmente se houver alternância presidencial, cenário visto como possível catalisador.

Já a Suno Research projeta reação negativa do mercado ao resultado, destacando não apenas a queda brusca no lucro líquido, mas também a perspectiva de dividendos modestos em 2025 frente aos últimos três anos. Com base em um lucro estimado de R$ 20,4 bilhões e payout de 30%, a projeção é de um dividend yield de 5,4%, patamar considerado pouco atraente diante da performance recente da instituição.

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