EconomiaMercadosNotícias

BRB estuda alternativas para retomar compra do Banco Master após veto do BC

Banco de Brasília aguarda acesso aos fundamentos da decisão pelo BC e avalia pedir reconsideração do caso ou alteração no negócio

Mesmo após o Banco Central (BC) ter negado a autorização para a compra de parte do Banco Master, o Banco de Brasília (BRB) não desistiu da operação. Segundo apuração do Estadão, a instituição pretende insistir no negócio assim que tiver acesso ao documento que fundamentou a decisão da autoridade monetária.

De acordo com interlocutores, o BRB pode adotar duas frentes: pedir reconsideração ao BC ou apresentar uma nova proposta que contemple os pontos levantados pelo órgão regulador. Em fato relevante, o banco afirmou que vai “examinar as alternativas cabíveis” e reiterou considerar a operação estratégica para gerar valor ao BRB, seus clientes e ao Sistema Financeiro Nacional.

O Banco Master também divulgou nota, dizendo que aguarda acesso à íntegra da decisão para avaliar os fundamentos e definir os próximos passos. A instituição destacou confiança em sua estratégia e ressaltou seu desempenho em um mercado considerado altamente concentrado.

Anunciado em 28 de março, o acordo previa que o BRB incorporaria inicialmente R$ 48 bilhões em ativos do Master, mas, após a análise detalhada, o montante caiu para R$ 23,9 bilhões. Essa redução foi vista por especialistas como um sinal de fragilidade da operação, já que diversos ativos foram descartados durante a diligência.

O voto que orientou o veto partiu do diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC, Renato Dias de Brito Gomes, e foi seguido pela diretoria colegiada.

Nos bastidores, a decisão aumentou a pressão política sobre o BC. Deputados do Centrão e da oposição chegaram a articular a votação de um projeto que permitiria ao Congresso destituir diretores e o presidente do Banco Central, em clara tentativa de emparedar a instituição.

A negativa, no entanto, elevou os riscos de uma intervenção no Banco Master, que teria seus gestores afastados e um interventor nomeado pelo BC. Essa eventual medida, caso seja adotada, caberá ao diretor de Fiscalização da autarquia, Ailton de Aquino dos Santos.

Postagens relacionadas

1 of 482