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Fitch rebaixa Banco Master e CDBs disparam no mercado secundário

Fitch rebaixa Banco Master para B- e CDBs disparam no mercado secundário, com taxas de até 32% ao ano

A agência de classificação de risco Fitch rebaixou nesta quarta-feira (10) a nota de crédito do Banco Master de B+ para B-, um corte de dois níveis, passando do 14º para o 16º grau em uma escala de 21 posições. A mudança elevou ainda mais a pressão sobre os papéis da instituição no mercado secundário, onde os CDBs passaram a ser negociados com taxas muito acima da média, refletindo a piora na percepção de risco.

Em relatório, a Fitch afirmou que o rebaixamento era esperado desde abril, quando a agência alertou que a não aprovação da transação com o Banco de Brasília (BRB) poderia pressionar a liquidez do Master e encarecer seu acesso a captação. Agora, a nota negativa reflete a maior incerteza “quanto à estabilidade do banco, ao custo de captação e às condições de rolagem mais restritivas”.

No ambiente de negociações da XP, os CDBs do Master chegaram a ser ofertados a taxas de 180% do CDI, prêmios de 29% sobre o IPCA ou até 32% ao ano em renda fixa. Esses títulos, vendidos por investidores no mercado secundário, apareciam com destaque como papéis “de risco”. A última emissão de CDBs da instituição ocorreu em maio, com vencimento em 2027.

Segundo Rafael Dadoorian, da Convexa Investimentos, o movimento reflete a incerteza sobre o futuro do banco. “Com incerteza, muitos investidores apertam o botão de venda. O preço cai e a taxa dispara. Quanto menos comprador interessado, maior a taxa fica”, avaliou.

Eduardo Bruzzi, sócio do BBL Advogados, lembrou que investidores com aplicações acima do teto do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, tendem a vender os papéis para reduzir risco. “Quem está exposto acima desse valor pode estar liquidando para recuperar parte do investimento, já que o excedente não terá cobertura”, explicou.

Além dos investidores pessoa física, fundos e institucionais que têm limites de exposição a ativos de risco também podem estar reduzindo posições para se adequar às regras internas, ampliando a pressão de venda.

Vale lembrar que aplicações em CDBs do Master dentro do limite de R$ 250 mil seguem integralmente cobertas pelo FGC, incluindo rendimentos esperados até a data de eventual intervenção.

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