O mercado de renda fixa vive um dos momentos mais promissores para quem busca retornos elevados em títulos indexados à inflação, avalia a sócia-fundadora da Nord Investimentos, Marília Fontes. Em meio ao cenário de desaceleração do IPCA e expectativa de novas quedas em 2026, os papéis atrelados ao indicador de preços se tornaram altamente atrativos para investidores dispostos a encarar risco e volatilidade.
No Tesouro IPCA+, o investidor garante rendimento composto pela inflação mais uma taxa prefixada de juros. Além do retorno contratual, a estratégia ganha força pela marcação a mercado: quando as taxas de juros implícitas caem, o preço do título sobe, permitindo ganhos adicionais.
Segundo Fontes, poucas vezes o Tesouro Direto ofereceu remuneração anual próxima de IPCA+ 7,5%, patamar atual dos principais papéis. Entre eles estão o Tesouro IPCA+ 2029, que fechou a 7,74% ao ano; o IPCA+ com juros semestrais 2035, a 7,47%; e o IPCA+ com juros semestrais 2045, a 7,19%.
A gestora lembrou que, em 2016, um movimento semelhante levou o IPCA+ 2045 a render 56% em apenas um ano. Hoje, um título longo pode entregar até 60% de valorização, caso ocorra fechamento expressivo da curva de juros. “O IPCA+ 7,5% passa a ser precificado a IPCA+ 4%, IPCA+ 3,5% — quando a curva fecha, o título valoriza muito. Quanto mais longo esse título, mais dinheiro você ganha. Esse é o segredo”, disse.
Apesar do otimismo, Fontes fez um alerta: a estratégia exige perfil arrojado. “Na marcação a mercado, há a ressalva de que o risco e a volatilidade são altos”, afirmou durante participação no Inter Invest Summit 2025.