A Gol Linhas Aéreas apresentou aos acionistas uma proposta de reorganização societária que pode resultar no fechamento de capital da companhia e na sua saída do nível 2 de governança corporativa da B3. O plano será votado em assembleia no dia 4 de novembro e prevê a incorporação da atual Gol Linhas Aéreas Inteligentes e da Gol Investment Brasil pela empresa fechada Gol Linhas Aéreas S.A., controlada pela holding Abra.
Segundo fato relevante divulgado nesta segunda-feira (13), a proposta prevê que a Abra pague R$ 5,82 por cada título da nova companhia fechada, valor correspondente à cotação atual das ações. Cada ação ordinária da Gol será trocada por uma ação da nova empresa, enquanto os acionistas detentores de ações preferenciais — que não dão direito a voto — receberão 35 títulos. O cálculo não leva em conta o endividamento da companhia e inclui outras subsidiárias do grupo, como o programa de fidelidade Smiles e a transportadora de cargas Gollog.
O movimento é consequência direta da baixa participação de acionistas minoritários no aumento de capital realizado em maio. Apenas 0,76% deles participaram da oferta, o que elevou a participação da Abra para 99,97% das ações ordinárias e 99,22% das preferenciais. Como resultado, apenas 0,78% dos papéis permanecem em circulação no mercado, abaixo do mínimo exigido pela B3. Além disso, as ações preferenciais estão cotadas abaixo de R$ 1, patamar mínimo requerido pela Bolsa paulista.
Diante desses problemas, a B3 havia concedido dois prazos à Gol: até janeiro de 2027 para restabelecer o percentual mínimo de ações em circulação e até janeiro de 2026 para elevar a cotação das ações preferenciais. A decisão de simplificar a estrutura e transformar a empresa em sociedade de capital fechado surgiu como alternativa para cumprir as regras e eliminar entraves regulatórios.
Em comunicado, a Gol afirmou que a reorganização visa “fortalecer a governança corporativa” e tornar a companhia mais eficiente, reduzindo custos operacionais e aumentando a agilidade estratégica em meio à retomada das operações. A empresa destacou ainda que o processo não afeta os passageiros nem altera a rotina dos voos.