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Campos Neto diz que fintechs pagaram mais impostos que bancos em 2025

Ex-presidente do BC rebateu críticas de Haddad e disse que fintechs querem apenas igualdade tributária para competir

O vice-chairman e chefe global de políticas públicas do Nubank, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira (16) que as fintechs brasileiras pagaram efetivamente mais impostos do que os grandes bancos tradicionais. Em sua avaliação, a taxa real de tributação mostra que a percepção de que essas empresas têm vantagens fiscais não corresponde aos números.

“Não é verdade que as fintechs pagam menos impostos. Quando a gente pega o que de fato foi pago para o governo, que é a taxa efetiva de impostos, as fintechs pagaram mais do que os bancos grandes”, declarou Campos Neto, que presidiu o Banco Central entre 2019 e 2023.

A fala ocorreu dois dias depois de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, questionar a carga tributária das empresas de tecnologia financeira durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Na ocasião, Haddad afirmou não compreender “como uma fintech maior que um banco pode pagar menos imposto” e disse que avaliaria mudanças na chamada “taxação BBB” — acrônimo usado para se referir a bancos, casas de apostas (“bets”) e bilionários — antes da tramitação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026.

Campos Neto respondeu às críticas destacando que as fintechs não buscam privilégios fiscais, mas sim condições de concorrência equilibradas no setor financeiro. “As fintechs não estão querendo pagar menos. Estão querendo pagar igual. Nenhuma fintech quer um tratamento privilegiado, quer um tratamento justo, com capacidade de competir”, afirmou.

O executivo também ressaltou a contribuição do segmento para a modernização e a inclusão financeira no país. Segundo ele, a presença dessas empresas foi determinante para elevar o nível de bancarização no Brasil, que passou de cerca de 60% no início da década para 82% atualmente — um índice significativamente superior ao do México, onde a população bancarizada está em torno de 50%.

Para Campos Neto, os avanços promovidos pelas fintechs comprovam que é possível expandir a oferta de serviços financeiros com eficiência e lucratividade, sem abrir mão da responsabilidade tributária.

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