O ouro, tradicionalmente visto como um dos ativos mais seguros do mercado, encerrou a sessão desta sexta-feira (17) em queda após cinco dias consecutivos de valorização, influenciado pelo alívio nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China. O contrato mais negociado do metal, com vencimento em dezembro, recuou 2,12%, cotado a US$ 4.213,30 por onça-troy na Comex, divisão de metais da Bolsa de Nova York (Nymex).
Mesmo com a correção no último pregão da semana, o ouro chegou a renovar sua máxima histórica intradiária ao alcançar US$ 4.392,00 por onça-troy durante as negociações. No acumulado semanal, o ativo registrou valorização de 5,32% e completou a nona semana seguida de ganhos — a mais longa série positiva desde setembro de 2008, auge da crise financeira global.
A escalada dos preços foi impulsionada, sobretudo, por temores relacionados ao sistema bancário norte-americano, após sinais de estresse no crédito de bancos regionais, além das expectativas de que o Federal Reserve reduza a taxa de juros ainda neste mês. A perspectiva de continuidade do “shutdown” — paralisação parcial da máquina pública dos EUA — também reforçou a busca por segurança e contribuiu para a valorização do metal.
Entretanto, declarações do presidente dos EUA Donald Trump provocaram um movimento de realização de lucros no mercado. Ao longo da manhã, ele afirmou à Fox Business Network que sua proposta de impor uma tarifa de 100% sobre produtos chineses não seria “sustentável”, recuando no tom da escalada tarifária. “Não é sustentável, mas é esse o número. […] Eles me forçaram a fazer isso”, declarou.
Trump também anunciou que deve se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping, dentro de duas semanas, sinalizando um novo capítulo nas negociações comerciais entre as duas maiores economias do mundo. A perspectiva de reaproximação trouxe alívio aos investidores e pressionou o preço do ouro, que, apesar da queda pontual, encerrou a semana com desempenho histórico.