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Lucro do Mercado Livre cresce 6%, mas fica abaixo das projeções

Receita do Mercado Livre cresce 39%, alcançando US$ 7,4 bilhões, com destaque para o Brasil

O Mercado Livre registrou lucro líquido de US$ 421 milhões no terceiro trimestre de 2025, resultado 6% superior ao obtido no mesmo período do ano passado, mas abaixo das projeções do mercado. Analistas consultados pela LSEG esperavam lucro de US$ 481 milhões. O desempenho, segundo a companhia, foi afetado por perdas cambiais decorrentes da desvalorização do peso argentino e por uma taxa de imposto mais elevada em relação a 2024. A margem líquida ficou em 5,7%.

A receita líquida totalizou US$ 7,4 bilhões, alta de 39% em base anual — o 27º trimestre consecutivo de crescimento acima de 30%. Já o lucro operacional (Ebit) alcançou US$ 724 milhões, avanço de 30% em relação ao ano anterior, mas também abaixo das expectativas do mercado, que apontavam para US$ 752 milhões.

O Volume Bruto de Mercadorias (GMV), indicador que mede o total de vendas realizadas na plataforma, somou US$ 16,5 bilhões, aumento de 35% na comparação anual, já descontados os efeitos da variação cambial. O número de itens vendidos cresceu 39%, atingindo 635 milhões. No Brasil, principal mercado da companhia, o GMV avançou 34% sobre o mesmo período de 2024.

Parte desse crescimento foi impulsionada pela decisão de reduzir o valor mínimo do frete grátis, que passou de R$ 79 para R$ 19. A medida aumentou o volume de vendas, mas pressionou a rentabilidade, reduzindo a margem operacional (Ebit) para 9,8%. Segundo analistas, o movimento reflete a estratégia do grupo argentino de reforçar sua competitividade diante do avanço de concorrentes no comércio eletrônico.

A desaceleração das vendas na Argentina também contribuiu para a queda da margem, em meio à instabilidade econômica do país e à fraqueza da demanda interna. Ainda assim, o Mercado Livre classificou o trimestre como “sólido”, destacando o efeito positivo de investimentos contínuos em seu ecossistema de negócios.

“Desde a ampliação do acesso a crédito e pagamentos até o fortalecimento da proposta de valor do marketplace e a redução dos atritos nas compras online, nossos investimentos sustentam o rápido crescimento de nossas principais métricas operacionais”, afirmou a companhia em relatório.

A empresa reconheceu que as margens seguem pressionadas por aportes em marketing, logística e expansão de serviços, mas destacou que parte dos projetos começa a dar retorno, como o cartão de crédito no Brasil, que vem reduzindo seu peso negativo sobre os resultados.

“O equilíbrio entre investimentos novos e investimentos em maturação irá variar ao longo do tempo, mas o tema comum a todos eles é a sua natureza de longo prazo e a nossa convicção de que impulsionarão engajamento sustentável, crescimento e escala”, conclui o texto do relatório.

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