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Vale supera estimativas e registra melhor trimestre operacional em minério desde 2018

Mineração e eficiência elevam lucro da Vale em 11%, para US$ 2,7 bilhões; dívida cresce e investimentos recuam

A Vale (VALE3) registrou lucro líquido de US$ 2,7 bilhões no terceiro trimestre de 2025, alta de 11% em relação ao mesmo período do ano passado e ligeiramente acima da estimativa de US$ 2,6 bilhões projetada pela Genial Investimentos. A receita líquida atingiu US$ 10,4 bilhões, crescimento de 9% na base anual, enquanto o Ebitda ajustado avançou 21%, para US$ 4,37 bilhões, elevando a margem proforma de 39% para 42%.

O fluxo de caixa livre saltou 337%, chegando a US$ 2,57 bilhões, e o lucro líquido proforma cresceu 78%, para US$ 2,74 bilhões, impulsionado pelo aumento da produção e pela eficiência operacional. A dívida líquida, porém, subiu 31%, totalizando US$ 12,45 bilhões, enquanto os investimentos recuaram 11%, para US$ 1,25 bilhão.

O desempenho operacional foi um dos melhores dos últimos anos, com o maior volume de produção de minério de ferro desde 2018 e o melhor resultado do cobre para um terceiro trimestre desde 2019. A produção de níquel também avançou, com queda expressiva nos custos e ganhos de competitividade. No after-market de Nova York, as ADRs da mineradora subiram 0,6%, cotadas a US$ 11,96.

“Entregamos mais um trimestre sólido, com desempenho operacional consistente, progresso em nossa agenda estratégica e compromisso com a segurança”, afirmou o CEO da companhia, Gustavo Pimenta. Ele destacou que o portfólio flexível de minério de ferro tem sido essencial para manter a competitividade da empresa, especialmente em um cenário global mais incerto. Segundo ele, a mineradora alcançou um marco importante ao não ter mais nenhuma barragem classificada em nível 3 de emergência, reforçando o compromisso com a segurança e a sustentabilidade.

As vendas de minério de ferro, cobre e níquel cresceram 5%, 20% e 6%, respectivamente, em relação a 2024, impulsionadas pela maior eficiência e por condições de mercado favoráveis. O preço médio do minério de ferro subiu para US$ 94,4 por tonelada, superando o aumento dos preços de referência internacionais.

Nos custos, a Vale reduziu em 4% o custo total de produção do minério de ferro, para US$ 52,9 por tonelada, mantendo o custo caixa C1 estável, em US$ 20,7. Nos metais básicos, as reduções foram ainda mais expressivas: queda de 65% nos custos do cobre e de 32% no níquel, resultado de ganhos operacionais e produtivos.

Analistas destacam que a mineradora segue bem posicionada para cumprir o guidance de produção de 2025 e manter a disciplina financeira. No entanto, o desempenho futuro da Vale ainda está sujeito a fatores macroeconômicos, como as tarifas dos Estados Unidos sobre produtos chineses, os cortes na produção de aço na China e o risco de aumento da oferta global de minério, que podem pressionar os preços e margens da companhia nos próximos trimestres.

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